26 de jul 2025
Rússia apura desvio de verbas em regiões fronteiriças com a Ucrânia para defesas
Rússia intensifica investigações de corrupção após críticas sobre a guerra na Ucrânia e mortes de autoridades ligadas a desvios de verbas.

Presidente russo Vladimir Putin (d) com o comandante da operação militar russa na Ucrânia, general Sergei Surovikin (e) em 2022 (Foto: Mikhail KLIMENTYEV / POOL / AFP)
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A Rússia intensifica investigações de corrupção em meio a críticas sobre a guerra na Ucrânia. Recentemente, autoridades de três regiões fronteiriças foram presas por desvio de verbas destinadas a fortificações, em um contexto de crescente insatisfação pública. As prisões surgem após ataques ucranianos bem-sucedidos, que expuseram falhas na defesa russa.
As investigações têm como alvo líderes regionais e militares, permitindo ao governo desviar a atenção das falhas no campo de batalha. O presidente Vladimir Putin, que não admite erros, promoveu uma purga entre generais e líderes do Ministério da Defesa, transferindo o ex-ministro da Defesa, Sergei K. Shoigu, para um cargo menos visível. A crítica ao Exército é proibida por lei, tornando a corrupção uma alternativa conveniente para acalmar a população.
A onda de processos anticorrupção também reflete a luta interna entre elites. Dados da Procuradoria-Geral indicam um aumento de 24% nos crimes relacionados à corrupção no primeiro trimestre de 2023. Alexandra Prokopenko, do Carnegie Russia Eurasia Center, observa que a repressão agora atinge a classe dominante, revelando uma mudança nas dinâmicas de poder.
Morte do Ministro e Implicações
A situação se agravou com a morte do ministro dos Transportes, Roman Starovoyt, encontrado sem vida após sua exoneração. Ele estava implicado em um esquema de desvio de recursos para fortificações na fronteira. A morte levanta questões sobre a profundidade das investigações e a responsabilidade dos líderes.
Além disso, um general foi preso após criticar seus superiores, evidenciando uma retaliação a vozes dissidentes. Timur Ivanov, vice-ministro da Defesa, foi condenado a 13 anos de prisão por desvio de recursos, destacando a gravidade das acusações. A corrupção, embora comum na Rússia, agora se torna uma ferramenta para resolver disputas internas e manter a aparência de responsabilidade em tempos de guerra.
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