A arte da enganação revela segredos da política na Casa Branca

Durante seu segundo mandato, Donald Trump intensificou suas táticas de desinformação, utilizando declarações de emergência e a técnica conhecida como "Gish gallop" para manipular a percepção pública. Essas estratégias têm como objetivo justificar ações controversas e expandir seu poder decisório.

Trump, que já era conhecido por sua comunicação hiperbólica, agora aplica essas táticas não apenas nos negócios, mas também na política. Em seu livro A Arte da Negociação, ele afirmou que "um pouco de hipérbole nunca faz mal", refletindo sua abordagem de engajar o público por meio de exageros. Segundo especialistas, essa retórica não se baseia na verdade, mas na plausibilidade, permitindo que ele construa uma "verdade paralela".

Dados do site PolitiFact, que verifica declarações de políticos, mostram que Trump possui o pior índice de veracidade entre os presidentes avaliados. Durante seu primeiro mandato, ele fez uma afirmação falsa a cada cinco minutos de discurso. Essa desinformação se intensificou com a declaração de estados de emergência, que justificaram cerca de 20% de suas 171 ordens executivas até julho de 2023.

Estratégias de Comunicação

A técnica "Gish gallop", popularizada pelo criacionista Duane Gish, consiste em inundar a audiência com uma quantidade excessiva de dados, dificultando a refutação. Essa abordagem tem sido utilizada por Trump em debates e discursos, onde ele frequentemente apresenta informações confusas e contraditórias.

Além disso, a chamada "teoria do louco" é uma ferramenta de negociação que Trump emprega para criar uma imagem de imprevisibilidade. Essa estratégia tem gerado incertezas em sua administração e prejudicado a imagem dos Estados Unidos no cenário internacional, conforme apontam estudos recentes.

A ascensão das fake news não é exclusivamente culpa de Trump, mas seu estilo de comunicação tem contribuído para a deterioração do discurso político e para o aumento da desconfiança nas instituições. A defesa de uma democracia liberal, com instituições fortes, enfrenta desafios significativos diante das novas dinâmicas políticas promovidas pelo ex-presidente.