28 de jul 2025
Câmara rejeita expectativas do governo e apoio a Lula apresenta leve queda
Hugo Motta enfrenta queda no apoio governista na Câmara, com apenas 66,9% dos deputados alinhados ao governo Lula no primeiro semestre de 2025.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumprimenta o presidente da Câmara, Hugo Motta, no anúncio do projeto que aumenta a isenção do Imposto de Renda (Foto: Adriano Machado - 18.mar.25/Reuters)
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Hugo Motta (Republicanos-PB) iniciou sua presidência na Câmara dos Deputados em 2025 com expectativas de maior governismo em relação ao governo Lula (PT). No entanto, o primeiro semestre revelou uma leve redução no apoio governista, com apenas 66,9% dos deputados votando conforme a orientação do Executivo, uma queda em relação aos 68,1% em 2023 e 69,2% em 2024.
Essa diminuição no apoio é atribuída a mudanças na pauta do governo e à deterioração do clima político. Deputados de seis partidos da base aliada destacaram que a perda de votos se deve mais às ações do governo do que ao comportamento de Motta. A tentativa de aumentar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) foi um ponto de tensão, resultando em uma votação contrária da maioria do Congresso.
Relação com a Base Aliada
Apesar das dificuldades, a relação entre Motta e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, permanece constante. Articuladores do governo afirmam que a interlocução não foi interrompida, mesmo em momentos tensos. A aprovação de projetos prioritários de Lula foi mantida, embora a distribuição de emendas parlamentares tenha sido questionada no Supremo Tribunal Federal, atrasando pagamentos.
A coalizão que elegeu Motta, incluindo partidos como PT e PL, também contribui para um perfil menos governista em comparação a Arthur Lira. O primeiro vice-líder da oposição, Carlos Jordy (PL-RJ), observou que Motta faz gestos à oposição, enquanto o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), afirmou que a presidência de Motta é mais democrática e previsível.
Desafios e Expectativas
Os desafios enfrentados pelo governo Lula incluem a necessidade de um discurso mais alinhado com a base conservadora do Congresso. A demora na liberação de emendas e a crítica à pauta do governo, que se tornou mais à esquerda, também impactaram o apoio. O líder do PDT, Mário Heringer (MG), ressaltou que o governo precisa ser mais cauteloso ao abordar temas sensíveis, como o aumento de impostos.
Motta, por sua vez, defendeu que a Câmara é contra o aumento de impostos e que a diversidade de forças políticas enriquece os debates. Ele afirmou que a aprovação de propostas não depende exclusivamente dele, mas sim de um diálogo aberto e democrático entre os parlamentares.
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