28 de jul 2025
Enfermeiros em Gaza enfrentam a fome em meio à crise humanitária crescente
Profissionais de saúde em Gaza enfrentam colapso, com mortes por fome e desnutrição em aumento alarmante entre a população vulnerável.

Samah Matar segura seu filho Yousef, de 6 anos, ao norte da Cidade de Gaza, na quinta-feira, 24 de julho de 2025. Yousef tem paralisia cerebral e desnutrição grave. Ele pesava cerca de 13 quilos antes da guerra, mas agora pesa cerca de 9 quilos. (Foto: Saher Alghorra/NYT)
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Em Gaza, a situação humanitária se agrava drasticamente, com enfermeiros e médicos desmaiando de fome em hospitais que ainda funcionam. A escassez de alimentos e recursos médicos, resultado de um bloqueio prolongado, está levando a um aumento alarmante da desnutrição, especialmente entre bebês.
Recentemente, pelo menos 56 palestinos morreram de inanição em outubro, representando quase metade das mortes por fome desde o início do conflito, há 22 meses. Médicos relatam que muitos pacientes, incluindo recém-nascidos, estão recebendo apenas água, pois não há fórmula disponível. Três grandes hospitais enfrentam a falta de fluidos nutricionais essenciais, tornando a situação ainda mais crítica.
Crise nos Hospitais
Profissionais de saúde estão sobrecarregados com feridos de guerra e casos de desnutrição. Médicos descreveram cenas de desespero, com colegas desmaiando nas enfermarias devido à falta de alimentação. A Dra. Ambereen Sleemi, cirurgiã americana, relatou que muitos bebês chegam aos hospitais "famintos e desnutridos", sem possibilidade de recuperação. O Dr. Nick Maynard, cirurgião britânico, destacou a gravidade da desnutrição, afirmando que é "fome provocada intencionalmente".
A situação é exacerbada por um novo sistema de distribuição de ajuda, que se mostrou falho e perigoso. Um terço da população de Gaza enfrenta dias sem comida, e muitos são forçados a arriscar suas vidas para acessar os pontos de ajuda. A escassez de alimentos é tão severa que um quilo de farinha pode custar até 30 dólares, tornando a alimentação quase impossível para a maioria da população desempregada.
Impacto na Saúde
A fome não afeta apenas a nutrição, mas também a saúde das mães e bebês. O Dr. Hani al-Faleet, pediatra, observou um aumento de abortos espontâneos e partos prematuros, resultando em bebês com sistemas imunológicos comprometidos. Crianças pequenas e mulheres grávidas atendidas por Médicos Sem Fronteiras apresentam uma taxa de desnutrição alarmante, com cerca de um quarto afetado.
Os médicos enfrentam dificuldades em tratar pacientes devido à falta de suprimentos básicos. O Dr. Mohammad Abu Salmiya, diretor do Hospital Al-Shifa, relatou que a equipe médica está desnutrida e incapaz de fornecer os cuidados necessários. A escassez de alimentos e medicamentos representa um desafio imenso em um ambiente já devastado pela guerra.
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