Obra na Liberdade perde título de 'maior esplanada oriental do mundo'

A Prefeitura de São Paulo publicou o edital para a construção da maior esplanada de cultura oriental do mundo na Liberdade, mas com mudanças significativas. O projeto, que inicialmente incluía elementos da arquitetura japonesa, agora apresenta um conceito mais amplo, incorporando um centro cultural e espaços comerciais. Essa alteração surge após críticas de associações sociais e do movimento negro, que apontaram a falta de diversidade cultural no projeto original.

O novo edital, divulgado em 23 de agosto, removeu muitas referências à cultura oriental, embora a Prefeitura afirme que ainda manterá elementos como as lanternas japonesas. A gestão de Ricardo Nunes (MDB) destacou que o projeto busca refletir a multiculturalidade da Liberdade, reconhecendo a influência de diversas culturas, incluindo a afro-brasileira e indígena. O novo espaço abrangerá uma praça pública suspensa, quiosques e um centro de compras de até seis andares.

Críticas e Controvérsias

A proposta gerou controvérsias entre moradores e comerciantes, que expressaram preocupações sobre os impactos ambientais e a possível transformação do local em um shopping. Durante audiências públicas, foram levantadas questões sobre a necessidade de intervenções prioritárias na área e os custos que a Prefeitura terá que arcar. A esplanada, que deve centralizar eventos como o Ano Novo Chinês, será construída sobre a Avenida Radial Leste-Oeste, abrangendo uma área de até 19,2 mil m².

A implementação será feita por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) de 30 anos, com um investimento estimado em R$ 1 bilhão. A concessionária será escolhida com base no maior desconto oferecido no valor mensal a ser recebido da Prefeitura, que pode chegar a R$ 2,9 milhões. O edital também prevê melhorias na infraestrutura do entorno, como a criação de ruas compartilhadas e a instalação de mobiliário urbano.

Expectativas Futuras

A construção da esplanada, discutida há décadas, é vista como uma solução para a superlotação das ruas estreitas do bairro, que recebe cerca de 20 mil visitantes nos fins de semana. O prazo para a conclusão da obra é de dois a três anos, dependendo da escolha de incluir o centro comercial. A Prefeitura espera que o novo espaço não apenas valorize a história da Liberdade, mas também traga benefícios econômicos e culturais para a região.