31 de jul 2025
Veículos são autorizados a exibir cenas de violência e geram polêmica
Caso de Juliana expõe a gravidade da violência contra a mulher e a necessidade urgente de políticas públicas eficazes para proteção feminina

Ilustração de Aline Bispo para coluna de Djamila Ribeiro de 1º de agosto de 2025 (Foto: Aline Bispo/Folhapress)
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No último sábado, Juliana, uma bibliotecária de 35 anos, foi brutalmente agredida pelo ex-namorado, um ex-jogador da seleção brasileira de basquete, em um elevador de um condomínio de luxo em Ponta Negra, Natal. O agressor desferiu 61 socos contra seu rosto, resultando em múltiplas fraturas e uma necessidade urgente de cirurgia de reconstrução facial. Ele foi preso em flagrante e responderá por tentativa de feminicídio.
O caso gerou intensa repercussão nas redes sociais, levantando questões sobre a cobertura midiática da violência contra a mulher. Muitos veículos de comunicação repetiram imagens da agressão em loop, o que foi criticado por ativistas e especialistas. A exibição dessas cenas, mesmo que borradas, é vista como uma violação do direito da vítima e um gatilho para outras mulheres que já passaram por experiências traumáticas.
A violência contra a mulher no Brasil é um problema estrutural, frequentemente tratado como um "caso isolado". A cobertura midiática tende a descontextualizar esses eventos, ignorando a sociedade patriarcal que os sustenta. A análise crítica sugere que a imprensa deveria investigar como instituições, como a Confederação Brasileira de Basquete, estão lidando com a formação de atletas em relação a gênero e prevenção da violência.
A governadora do estado, Fátima Bezerra, se manifestou rapidamente, prestando solidariedade à vítima. No entanto, a falta de respostas de autoridades sobre políticas públicas para mulheres continua a ser uma preocupação. Dados do Anuário da Segurança Pública revelam um aumento alarmante nos índices de feminicídio e agressões, mas esses números não recebem a devida atenção na mídia.
A situação exige um olhar mais profundo sobre as políticas de proteção às mulheres e a eficácia das medidas existentes. É fundamental que a sociedade e a imprensa se unam para fortalecer ações que previnam novas tragédias, garantindo que casos como o de Juliana não se repitam.
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