Apoio à revogação do visto de Moraes por Trump atinge 47%, aponta Datafolha

A tensão entre o governo brasileiro e o ex-presidente Jair Bolsonaro se intensificou após o ministro Alexandre de Moraes impor medidas cautelares que impedem Bolsonaro de deixar o país antes de seu julgamento. A situação ganhou novos contornos com a revogação do visto americano de Moraes e outros ministros do Supremo Tribunal Federal, uma decisão aprovada por 47% dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha.

A pesquisa revelou que 55% dos entrevistados apoiam as restrições impostas a Bolsonaro, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica e a obrigação de permanecer em casa à noite e nos fins de semana. A desaprovação a essas medidas é de 41%, indicando uma divisão na opinião pública. O apoio à revogação do visto é mais forte entre eleitores bolsonaristas, com 66% a favor, enquanto apenas 32% dos petistas concordam com a sanção.

Contexto das Medidas

A decisão de revogar o visto foi tomada pelo governo Trump em resposta às ações de Moraes, que visam garantir que Bolsonaro não fuja do país antes do julgamento relacionado à tentativa de golpe em 2022. A operação da Polícia Federal, que resultou na colocação de uma tornozeleira eletrônica em Bolsonaro e na apreensão de dólares em sua residência, acelerou essa ação.

Além disso, a pesquisa Datafolha, realizada em 29 e 30 de julho, mostra que a sanção a Moraes está alinhada com a insatisfação de setores da sociedade em relação ao desempenho do Supremo Tribunal Federal. O apoio à revogação do visto é maior entre os mais ricos e na classe média, refletindo um descontentamento generalizado com a atuação do Judiciário.

Implicações Políticas

A escalada do conflito entre Trump e o governo Lula, visto como aliado de Moraes, pode ter consequências imprevisíveis na política brasileira. A inclusão de Moraes nas sanções da Lei Magnitsky, que permite o congelamento de bens de estrangeiros acusados de violações de direitos humanos, foi decidida no dia 30 de julho, aumentando a complexidade da situação.

O julgamento de Bolsonaro está previsto para setembro, e, se condenado, ele pode enfrentar até 43 anos de prisão. A crescente polarização em torno do tema indica que a disputa entre os apoiadores de Bolsonaro e os defensores das ações de Moraes deve continuar a dominar o cenário político brasileiro.