Hospedagens para a COP 30 chegam a R$ 2 milhões e geram críticas por preços altos

A COP 30, que ocorrerá em novembro em Belém, enfrenta críticas severas devido aos altos preços de hospedagem. O presidente da conferência, André Corrêa do Lago, expressou preocupação com a situação, afirmando que os preços extorsivos podem inviabilizar a participação de países em desenvolvimento e pequenas nações insulares.

Os valores das acomodações para o evento chegam a R$ 2,2 milhões por dez dias, conforme encontrado em sites de reservas. Um exemplo é a “Casa alto padrão COP30”, que acomoda até 16 pessoas e oferece luxos como piscina e hidromassagem. Em contrapartida, o hotel mais caro listado no Booking cobra R$ 109,8 mil para uma estadia, enquanto um casal pagaria R$ 126,9 mil.

Preocupações com a Inclusão

Delegações de países menos desenvolvidos expressaram sua insatisfação com os custos elevados, que podem limitar sua presença no evento. Nações como a Holanda também relataram a necessidade de reduzir suas delegações devido aos preços abusivos. Lago destacou que a inclusão é essencial para a legitimidade da COP 30, alertando que a ausência de países em desenvolvimento comprometeria a universalidade do evento.

O governo brasileiro está buscando soluções para garantir acomodações mais acessíveis. Para delegações com dificuldades financeiras, a ONU oferece diárias entre 143 e 149 dólares, embora esses valores ainda sejam considerados altos. Os países em desenvolvimento pedem tarifas mais baixas, entre 50 e 70 dólares, que eram comuns antes do aumento de preços.

Ações do Governo

Uma reunião de emergência com a ONU foi convocada para discutir os preços abusivos, que superam os valores das COPs anteriores. Richard Muyungi, presidente do Grupo Africano de Negociadores, enfatizou que as nações africanas não desejam limitar sua participação por questões logísticas e pedem melhores soluções do Brasil. A contagem regressiva para a COP 30 já começou, e o governo reafirma seu compromisso com uma conferência inclusiva.