02 de ago 2025
Metas climáticas atrasadas geram pressão por resultados na COP30 em Belém
Faltam 100 dias para a COP30 e apenas 25 países apresentaram novas metas climáticas, gerando preocupações sobre a crise climática global

Propaganda da COP30 no saguão de embarque do Aeroporto Internacional de Belém - Júlio César Ribeiro/Val-de-Cans. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
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Faltam 100 dias para a COP30, que ocorrerá em Belém (PA) a partir de 10 de novembro. A conferência da ONU, que busca novas metas climáticas dos países signatários do Acordo de Paris, enfrenta um cenário preocupante. Até julho, apenas 25 países enviaram suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), representando menos de 10% dos signatários.
As NDCs são fundamentais para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 °C. O embaixador André Correa do Lago, presidente da COP30, afirmou que o governo brasileiro está mobilizado para acelerar a entrega das metas, com reuniões estratégicas programadas, incluindo a Pre-COP em Brasília em outubro. Contudo, a falta de consenso sobre financiamento climático e transição energética gera apreensão entre especialistas.
Atrasos nas Metas Climáticas
A entrega das NDCs deveria ter sido concluída até 10 de fevereiro de 2023, mas mais de 93% dos países não cumpriram o prazo. Os que ainda não apresentaram suas metas respondem por cerca de 83% das emissões globais de gases de efeito estufa. Entre os maiores emissores, como China, Índia e União Europeia, a situação é ainda mais crítica, com muitos países ainda sem compromissos claros.
Tatiana Oliveira, do WWF-Brasil, destaca que a COP30 é uma oportunidade para pressionar por metas mais ambiciosas. A mobilização da sociedade civil, incluindo povos indígenas e movimentos sociais, pode ser crucial para que os países avancem em compromissos concretos.
Desafios no Financiamento Climático
Outro ponto crítico é o financiamento climático. Em 2009, países ricos prometeram mobilizar US$ 100 bilhões anuais até 2020, meta que não foi cumprida. Em resposta, a COP29 estabeleceu um novo alvo de US$ 300 bilhões anuais até 2035, mas especialistas consideram esse valor insuficiente para enfrentar a crise climática.
O "roteiro Baku–Belém", proposto pelo Brasil e Azerbaijão, busca elevar o financiamento para US$ 1,3 trilhão anuais, priorizando a adaptação e reparação de danos. A expectativa é que a COP30 ajude a destravar investimentos para a adaptação climática, área historicamente negligenciada.
Transição Energética em Debate
A transição energética também é um tema central da COP30. Apesar do avanço nas fontes renováveis, os compromissos formais ainda não refletem essa mudança. O Brasil defende a meta de triplicar as fontes renováveis até 2030, mas essa proposta ainda não foi oficializada.
Natalie Unterstell, do Instituto Talanoa, alerta que a influência das empresas de combustíveis fósseis continua sendo um obstáculo significativo. A COP30, portanto, não apenas representa um momento de negociações, mas também uma oportunidade para redefinir a agenda climática global.
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