02 de ago 2025
Trump, Brasil e a armadilha de Tucídides: um novo desafio geopolítico
Tensões comerciais entre Estados Unidos e China afetam diretamente o Brasil, que busca alternativas para mitigar impactos econômicos

Presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, durante encontro do G20 no Japão, em 2019 (Foto: Kevin Lamarque/REUTERS)
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O tarifaço imposto pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, é uma estratégia que visa conter a ascensão da China e impacta diretamente o Brasil, um dos principais fornecedores de matérias-primas para o gigante asiático. Essa dinâmica pode ser analisada através da "armadilha de Tucídides", um conceito que descreve a tendência de conflitos entre potências emergentes e dominantes.
Historicamente, a "armadilha de Tucídides" foi exemplificada na Primeira Guerra Mundial, quando a ascensão da Alemanha desafiou o domínio da Inglaterra. O conceito, popularizado por Graham Allison, sugere que a rivalidade entre potências pode levar a conflitos, como evidenciado em 12 dos 16 casos analisados ao longo de 500 anos. Atualmente, a China representa essa potência emergente, desafiando a hegemonia dos Estados Unidos.
As tarifas comerciais de Trump, que incluem restrições tecnológicas e nacionalismo econômico, refletem a preocupação dos EUA em manter sua liderança global. O Brasil, que tem um volume significativo de importações da China, pode ser afetado, especialmente em setores como a indústria de transformação. Insumos essenciais para a produção brasileira, como os fornecidos pela Embraer, estão em risco devido a essas tensões.
Impactos no Brasil
O governo brasileiro está avaliando as consequências do tarifaço, que pode prejudicar tanto as exportações quanto as importações de insumos. A relação comercial entre Brasil e China é crucial, com o país asiático sendo um dos maiores parceiros comerciais do Brasil. Além disso, o Brasil participa ativamente do Brics, um bloco que tem a China como membro influente.
A situação é complexa, pois o Brasil se encontra em uma posição vulnerável nesse embate entre as duas potências. O governo brasileiro considera a possibilidade de negociar e buscar alternativas para mitigar os impactos das tarifas. A implementação de sistemas de pagamento em moedas locais, como o Pix, pode ser uma estratégia para reduzir a dependência do dólar e fortalecer as relações comerciais com outros parceiros do Mercosul.
As tarifas de Trump, portanto, não apenas afetam a dinâmica entre EUA e China, mas também têm repercussões significativas para o Brasil, que deve se adaptar a esse novo cenário geopolítico.
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