03 de ago 2025
Menores migrantes denunciam desumanização em centros de detenção
Crianças detidas em centros de imigração enfrentam condições desumanas e falta de cuidados médicos, enquanto governo busca eliminar proteção legal

Crianças imigrantes detidas fazem fila em Karnes, no Texas. (Foto: Eric Gay/Getty Images)
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Centros de Detenção para Migrantes nos EUA Enfrentam Críticas Severas
Recentes relatos de crianças detidas em centros de imigração nos Estados Unidos revelam condições alarmantes. Uma jovem de 16 anos descreveu sua experiência, afirmando que “o lugar onde durmo é uma celda” e que “não há privacidade para usar o banheiro”. Essas declarações surgem em meio a uma tentativa da administração Trump de eliminar o Acuerdo Flores, que desde 1997 garante condições mínimas para o tratamento de menores.
Organizações de direitos humanos coletaram testemunhos que evidenciam a falta de cuidados médicos e a superlotação nos centros. Crianças são mantidas em ambientes insalubres, com temperaturas extremamente baixas, e muitas vezes sem acesso a luz natural. Um pai relatou que sua filha só pôde tomar banho uma vez a cada duas semanas, devido à falta de água quente. Além disso, a alimentação é considerada inadequada, levando a problemas de saúde entre os detidos.
A administração Trump argumenta que o Acuerdo Flores não atende mais ao interesse público, citando um aumento na imigração e melhorias nas condições dos centros. No entanto, os relatos de crianças e suas famílias pintam um quadro oposto. Dados recentes indicam que 213 menores passaram mais de 72 horas detidos, com alguns permanecendo por mais de 20 dias. Essa situação contraria as recomendações do acordo, que estipula que menores não devem ser mantidos em custódia por longos períodos.
Denúncias e Consequências
A situação se agrava com a transferência de crianças para centros de detenção familiar, onde o tempo de custódia é reiniciado. Organizações como o National Center for Youth Law e o American Immigration Council destacam que as instalações da Patrulha Fronteriza não são adequadas para a detenção de crianças, especialmente aquelas com necessidades médicas. Em um caso recente, uma menina de 9 anos morreu sob custódia, levantando questões sobre a responsabilidade do governo em garantir cuidados adequados.
Além disso, a administração tem buscado restringir o acesso a serviços legais para menores, o que pode comprometer suas chances de obter asilo. Advogados afirmam que a maioria das crianças tem potencial para ganhar seus casos, mas a complexidade do sistema dificulta essa possibilidade sem representação legal.
A pressão sobre o governo aumenta à medida que mais relatos de abusos e condições desumanas emergem. Crianças detidas relatam que não podem brincar ou se mover livremente, vivendo em um ambiente de constante vigilância e privação. A situação nos centros de detenção continua a ser um tema de debate intenso, com defensores dos direitos humanos exigindo mudanças urgentes.
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