'Superman' destaca a gentileza como resposta à polarização nas produções cinematográficas

Gentileza gera gentileza. A famosa frase de José Datrino, o Profeta Gentileza, ecoa em diversos produtos e na cultura pop, refletindo um desejo por um mundo mais amável. O novo filme "Superman", que já atraiu mais de 3,5 milhões de espectadores no Brasil, reforça essa mensagem ao afirmar que “ser gentil é o real punk rock”.

No longa, David Corenswet interpreta um Superman que, além de combater vilões, busca transformar o mundo ao seu redor, desde conflitos geopolíticos até pequenos atos de bondade, como proteger um esquilo. O diretor James Gunn destaca a relevância de um herói com valores em tempos de polarização. A frase do filme rapidamente se tornou viral nas redes sociais, com usuários compartilhando momentos de gentileza inspirados pela obra.

O impacto nas redes sociais

Após o lançamento, vídeos no TikTok mostraram a onda de positividade gerada pelo filme. Criadores de conteúdo, como Ygor Palopoli, notaram um aumento na busca por narrativas otimistas, especialmente após a pandemia. Ele menciona que o sucesso de comédias românticas e séries como "Ted Lasso" reflete essa tendência de valorização da bondade.

Entretanto, a recepção do filme também gerou debates sobre ideologia. A especialista em consumo Marina Roale aponta que a bondade se torna um mito em um cenário polarizado, onde o filme é rotulado como “Superwoke” por críticos de extrema-direita. Essa polarização revela a dificuldade de se propagar mensagens positivas em um mundo repleto de conflitos.

O papel da empatia

O psicanalista Daniel Kupermann ressalta que a empatia é fundamental para a construção de um sentido comum em uma sociedade dividida. Ele acredita que personagens como Superman são um apelo à gentileza em tempos de irracionalidade. A busca por heróis que promovem a bondade pode ser vista como uma resposta ao ceticismo e ao cinismo predominantes na cultura atual.

A narrativa do "Superman" não é apenas uma tentativa de resgatar a bondade, mas também um convite à reflexão sobre a empatia em um mundo que frequentemente vê o outro como inimigo. Essa contracultura da gentileza pode ser uma alternativa viável diante de uma lógica que tende à polarização.