CDHU planeja desocupar favela com crianças na zona leste de São Paulo durante o ano letivo
Desocupação judicial na favela da Kampala gera crise educacional e dificuldades de regularização para moradores, incluindo estrangeiros

Casas começam a ser demolidas na favela da Kampala, na Penha, zona leste de São Paulo (Foto: Zanone Fraissat/Folhapress)
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A favela da Kampala, na Penha, São Paulo, enfrenta um processo de desocupação judicial até 30 de setembro, afetando mais de 2.000 alunos do CEU Tiquatira. A decisão judicial é motivada pela contaminação do solo e pela construção de uma nova estação de metrô. Moradores, que vivem no local há anos, relatam um aumento de conflitos e desinteresse escolar entre os estudantes.
A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) oferece auxílio-aluguel de até R$ 800, mas muitos moradores, especialmente estrangeiros, enfrentam dificuldades para se regularizar e alugar imóveis. A gestão do governador Tarcísio de Freitas afirma que está acompanhando a situação das crianças em idade escolar para garantir a readequação na rede de ensino.
A estação Gabriela Mistral, parte da extensão da linha 2-verde do metrô, também será um ponto de integração com outras linhas de transporte. A CDHU iniciou a retirada das famílias em uma área prioritária de 476 unidades, com 247 adesões até o momento. No entanto, os moradores que permanecem no local relatam problemas com as demolições, que afetam a infraestrutura de água e energia elétrica.
A situação é ainda mais complicada para os cerca de 250 estrangeiros que residem na favela, muitos dos quais não têm a documentação regularizada. A CDHU está em contato com a Defensoria Pública para ajudar na regularização dos documentos. Enquanto isso, o processo de reintegração de posse, iniciado em 2014, continua lento, com a juíza responsável pedindo a citação dos moradores.
A Defensoria Pública argumenta que a desocupação forçada pode ter um impacto significativo nas instituições de ensino da região, que atendem principalmente filhos dos moradores. Além disso, a defesa questiona a urgência da reintegração, considerando que a situação dos moradores mudou ao longo dos anos.
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