Penduricalhos: descubra como surgem esses acessórios inusitados e criativos
CNJ aprova aumento de benefícios para juízes, gerando polêmica sobre legalidade e desigualdade no serviço público. Críticas se intensificam.

Estátua 'A Justiça', em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) (Foto: Marcello Casa Jr./Agência Brasil)
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BRASÍLIA - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou em outubro de 2023 uma nova resolução que amplia o pagamento de benefícios fora do teto constitucional para todos os juízes do Brasil. Essa decisão gera polêmica, pois resulta em um aumento significativo nos salários e levanta questões sobre a legalidade e a desigualdade de remuneração entre as categorias do serviço público.
Desde a resolução de 2011, que estabeleceu a equiparação de benefícios entre juízes, procuradores e promotores, surgiram diversas gratificações, conhecidas como "penduricalhos". Em 2015, uma lei criou um benefício específico para juízes federais, que foi posteriormente estendido a juízes estaduais e, em 2022, a promotores e procuradores. A gratificação, que pode chegar a R$ 40 mil mensais, é paga por acúmulo de processos e não se incorpora ao teto salarial.
A ONG Transparência Brasil destaca que os benefícios pagos a juízes e promotores totalizaram R$ 9,3 bilhões em 2023, superando os gastos do governo com meio ambiente. A diretora da ONG, Marina Atoji, critica a ampliação dos benefícios, afirmando que isso evidencia a formação de uma elite no funcionalismo público.
O CNJ defende a medida como uma forma de equiparação entre as categorias, mas especialistas alertam para a necessidade de discutir a legalidade e a constitucionalidade desses privilégios. A Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) afirma que a remuneração dos juízes é compatível com a relevância de suas funções, embora a correção dos subsídios não tenha acompanhado a inflação.
Além dos juízes, o Congresso também aprovou recentemente o pagamento de passagens aéreas para parlamentares, levantando preocupações sobre o uso de recursos públicos. A ampliação de benefícios e a criação de novos "penduricalhos" continuam a ser um tema controverso, refletindo a desigualdade de remuneração entre os Poderes e o impacto fiscal dessas decisões.
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