Cresce o número de empresas que compram bitcoin, mas risco de queda aumenta

Nos últimos meses, o número de empresas que adquiriram bitcoin para manter em seus balanços cresceu, contribuindo para a alta do preço da criptomoeda. A Standard Chartered alertou que essa tendência pode se tornar um risco, especialmente se o mercado se estabilizar e as empresas enfrentarem perdas significativas.

A MicroStrategy é um exemplo proeminente dessa estratégia de aquisição. Segundo a Standard Chartered, as participações de tesourarias corporativas em bitcoin dobraram nos últimos dois meses, totalizando quase 100 mil bitcoins. No entanto, o preço médio de compra dessas empresas é geralmente superior ao da MicroStrategy.

O analista da Standard Chartered, Geoff Kendrick, destacou que, embora as tesourarias corporativas estejam aumentando a pressão de compra, existe o risco de reversão no futuro. Ele observou que muitas dessas empresas têm múltiplos de valor patrimonial acima de um, o que pode ser justificado por ineficiências de mercado e barreiras regulatórias. Contudo, à medida que essas ineficiências forem eliminadas, as tesourarias de bitcoin podem se tornar uma fonte de pressão negativa sobre os preços.

Kendrick também alertou que a volatilidade do bitcoin pode levar seu preço a cair abaixo do valor médio pago por muitas dessas empresas. Se o bitcoin cair mais de 22% abaixo dos preços médios de compra, as empresas podem ser forçadas a vender. Ele estimou que metade das tesourarias estaria em situação de prejuízo se o preço caísse abaixo de R$ 90 mil.

Atualmente, existem 110 empresas listadas publicamente que possuem bitcoin, de acordo com dados da Bitcoin Treasuries. A Standard Chartered monitora um grupo de sessenta e uma dessas empresas, que compram bitcoin apenas para manter em seus balanços, excluindo mineradoras e exchanges. Esse grupo detinha, até o final de maio, um total de 673.897 bitcoins, representando 3,2% do suprimento máximo de 21 milhões de bitcoins.