Empresas adotam soluções criativas para enfrentar a onda de calor no Brasil

A onda de calor que atinge o Brasil nas últimas semanas tem levado empresas a adaptarem suas operações para garantir o conforto dos clientes e a qualidade dos produtos. Nos restaurantes e shoppings, medidas como a colocação de gelo no chão e a oferta de água em lata têm sido implementadas. Na indústria, o calor impacta a rotina, com fábricas adotando armazéns climatizados e granjas utilizando sistemas de nebulização para o bem-estar das aves. Eduardo Fachini, diretor de Suprimentos da MSD, destacou que as ondas de calor representam um novo desafio logístico, exigindo monitoramento rigoroso das temperaturas dos medicamentos.

A Ambev também tem investido em tecnologias para manter a estabilidade de seus produtos, enquanto a Minalba ampliou sua capacidade de armazenamento e distribuição de água mineral, aumentando a oferta de água em lata. Aelio Silveira, CEO da Minalba, afirmou que a empresa dobrou sua capacidade de armazenamento no último ano. A Omni Táxi Aéreo instalou refrigeradores portáteis em seus hangares e distribui bebidas isotônicas para suas equipes, garantindo hidratação e conforto durante o trabalho em condições extremas.

No setor da construção, o uso de gelo na mistura de concreto tem sido mais frequente para evitar fissuras. Gustavo Maschietto, da Carioca Engenharia, explicou que essa prática é essencial em climas quentes. A Gelateria Piemonte e a Kibon estão ajustando suas operações para manter a qualidade dos sorvetes, com investimentos em logística e refrigeração. Luisa Coladangelo, da Gelateria Piemonte, mencionou a compra de novos aparelhos de ar-condicionado e a instalação de placas solares para reduzir custos.

Com o aumento do consumo de bebidas, a Abrasel RJ reportou um crescimento de 30% nas vendas durante o calor, especialmente de água e refrigerantes. Higino Viegas, diretor da associação, destacou que a demanda por gelo e verduras para saladas também cresceu. Em resposta, bares e restaurantes estão aumentando seus estoques e ajustando suas operações, como o Colarinho, que viu uma queda no movimento durante o almoço, mas um aumento nas vendas por delivery, levando a mudanças na estrutura interna para melhor climatização.