12 de mar 2025
Fóssil de Atapuerca revela rosto humano mais antigo da Europa, datado entre 1,1 e 1,4 milhão de anos
Descoberta de fragmento facial humano em Atapuerca data entre 1,1 e 1,4 milhões de anos. Fóssil sugere nova população, possivelmente Homo aff. erectus, alterando migrações. Características primordiais do rosto diferem do Homo antecessor, mais recente. Ferramentas de pedra e marcas em ossos indicam uso de tecnologia rudimentar. Estudo revela coexistência de várias espécies humanas na Europa durante o Pleistoceno.
Foto:Reprodução
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Pesquisadores anunciaram nesta quarta-feira, 12, a descoberta do mais antigo fragmento de rosto humano já encontrado na Europa Ocidental. O fóssil, denominado ATE7-1, foi escavado no sítio arqueológico de Sima del Elefante, na Serra de Atapuerca, Espanha, e está datado entre 1,1 milhão e 1,4 milhão de anos. Este achado reforça a hipótese de que a Europa foi habitada por diferentes espécies de hominíneos ao longo do Pleistoceno Inferior, um período crucial da pré-história humana. O estudo, publicado na revista Nature, sugere que o rosto pertencia a um indivíduo da espécie Homo aff. erectus, um grupo primitivo que antecedeu o Homo antecessor, anteriormente considerado o hominíneo mais antigo da região.
A nova evidência modifica a compreensão sobre as primeiras migrações humanas para a Europa e a evolução do rosto moderno. A reconstrução do fóssil revelou traços mais primitivos do que os do Homo antecessor, encontrado no sítio vizinho de Gran Dolina e datado de 900 mil a 800 mil anos atrás. O novo espécime apresenta uma estrutura nasal menos desenvolvida e um rosto mais achatado, características que o aproximam do Homo erectus da África e da Ásia. Os pesquisadores classificaram o fóssil como Homo aff. erectus, indicando semelhanças com essa espécie, mas sem uma atribuição definitiva.
A camada arqueológica onde o fóssil foi encontrado contém ferramentas de pedra e ossos de animais com marcas de corte, sugerindo que esses primeiros habitantes usavam tecnologia rudimentar para processar carne. Os artefatos líticos encontrados indicam um conhecimento básico de fabricação de ferramentas, o que aponta para uma estratégia eficiente de sobrevivência. Além disso, os pesquisadores analisaram o ambiente da época e concluíram que os primeiros europeus viveram em uma paisagem dinâmica, favorecendo a sobrevivência da espécie.
A nova evidência fortalece a teoria de que diferentes populações humanas coexistiram na Europa ao longo do Pleistoceno, desafiando a ideia de uma única onda migratória. O estudo sugere que a população à qual o ATE7-1 pertencia chegou ao continente antes do Homo antecessor, indicando uma ocupação mais antiga e complexa da região. Com as escavações ainda em andamento, novas descobertas podem esclarecer como e quando os primeiros humanos chegaram à Europa, marcando um importante avanço no estudo da evolução humana.
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