19 de jun 2025
Escola de pedra transforma educação com métodos inovadores e sustentáveis
Wauja reconstroem Gruta de Kamukuwaká para preservar cultura após vandalismo. Juiz determina revisão de limites da Terra Indígena Batovi.

Cacique Akari Waurá cercado de crianças em frente à réplica da Gruta de Kamukuwaká (Foto: Alaor Filho/Fotos públicas)
Ouvir a notícia:
Escola de pedra transforma educação com métodos inovadores e sustentáveis
Ouvir a notícia
Escola de pedra transforma educação com métodos inovadores e sustentáveis - Escola de pedra transforma educação com métodos inovadores e sustentáveis
O povo Wauja, parte do Território Indígena do Xingu, inaugurou uma réplica da Gruta de Kamukuwaká em outubro de 2024, após a depredação do local original. A gruta, considerada um berço cultural, é vital para a preservação de suas tradições e mitos.
O cacique Akari Waurá, que cresceu visitando a gruta, destacou a importância do local para a memória coletiva de seu povo. Kamukuwaká é descrita como uma biblioteca, escola e museu, onde os Wauja aprendem sobre suas raízes e rituais. A gruta, localizada às margens do Rio Batovi, ficou fora da área demarcada em 1961, quando o Xingu se tornou a primeira terra indígena do Brasil.
Nos anos 1980, a região começou a ser ameaçada pela expansão agrícola, especialmente com o crescimento da produção de soja em Mato Grosso. Em 2024, o estado foi responsável por 39,1 milhões de toneladas de soja, tornando-se o maior produtor do Brasil. A pressão do agronegócio e a falta de fiscalização contribuíram para a depredação da gruta, que foi vandalizada em 2018.
Após o ataque, os Wauja decidiram criar a réplica com a ajuda de instituições internacionais. A réplica foi construída com materiais que reconstituem as gravuras originais, preservando a história e a cultura do povo. A inauguração da réplica em Ulupuwene contou com a presença de lideranças indígenas e autoridades, destacando a luta pela preservação do território.
Recentemente, um juiz federal determinou que a Funai deve revisar os limites da Terra Indígena Batovi, onde está a aldeia Ulupuwene. Essa decisão é um passo importante para garantir que os Wauja tenham acesso à gruta e possam continuar suas tradições. A luta pela preservação cultural e territorial dos povos indígenas no Brasil continua, refletindo a necessidade de reconhecimento e respeito às suas histórias e direitos.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.