15 de ago 2025
Móveis de Hugo França estimulam interação e revelam conexão com a madeira
Exposição de Hugo França na FGV Arte apresenta 33 obras interativas que refletem a relação entre arte e sustentabilidade até 15 de setembro

O escultor Hugo França produz um mobiliário escultórico — Foto: Ana Branco
Ouvir a notícia:
Móveis de Hugo França estimulam interação e revelam conexão com a madeira
Ouvir a notícia
Móveis de Hugo França estimulam interação e revelam conexão com a madeira - Móveis de Hugo França estimulam interação e revelam conexão com a madeira
A exposição "Natureza, escultura e sustentabilidade" foi inaugurada na FGV Arte, no Rio de Janeiro, apresentando 33 peças interativas do escultor brasileiro Hugo França. A mostra, que abre ao público nesta terça-feira, 15 de agosto, destaca a utilização de resíduos de árvores da Mata Atlântica, como pequi-vinagreiro e braúna.
O curador Paulo Herkenhoff faz um paralelo entre a obra de França e a famosa citação de Michelangelo sobre escultura. Enquanto o mestre italiano trabalhava com mármore, França transforma troncos e raízes em mobiliário escultórico. O artista enfatiza que suas peças convidam à interação, permitindo que os visitantes se sentem e toquem as obras. "A madeira gera uma afinidade humana, um calor… É sempre muito agradável sentir a sua textura e o seu cheiro," afirma França.
Além da exposição, Herkenhoff lança um livro dedicado à obra de França, que faz parte de uma série sobre mobiliário brasileiro. O curador ressalta que as esculturas de França refletem uma natureza que acolhe o ser humano. "Essas árvores voltam à vida agora com uma função específica de acolher os humanos," comenta.
França, natural de Porto Alegre, se estabeleceu em Trancoso, na Bahia, onde mantém um ateliê. Ele começou a trabalhar com a madeira resistente à água do pequi-vinagreiro, inspirando-se em técnicas tradicionais do povo pataxó. "A novidade que acrescento é o uso da motosserra, que transforma a máquina em uma ferramenta escultórica," explica o artista, que utiliza apenas resíduos de árvores que caíram naturalmente.
A exposição conta com peças que variam em peso, sendo que as mais pesadas não puderam ser exibidas devido a restrições de engenharia. "Queria trazer obras mais monumentais, mas não foram autorizadas," diz França, que já possui esculturas em várias cidades do Brasil e no exterior, incluindo Vancouver, no Canadá.
"Natureza, escultura e sustentabilidade" ficará em cartaz até 15 de setembro, com entrada gratuita. A FGV Arte está localizada na Praia de Botafogo, 186, e funciona de segunda a sexta, das 8h às 20h, e aos finais de semana, das 10h às 18h.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.