Em Alta NotíciasConflitoseconomiaFutebolrelações internacionais

Converse com o Telinha

Telinha
Oi! Posso responder perguntas apenas com base nesta matéria. O que você quer saber?
Entrar

DNA antigo pode transformar a compreensão da evolução das espécies

Cientistas reclassificam rãs no Brasil, alterando status de conservação e destacando importância da museômica para a biodiversidade

Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Espécime de rã preservada em museu, exibido em seis posições diferentes (Foto: Reprodução)
0:00 0:00
  • Pesquisadores sequenciaram o DNA histórico da perereca-de-campo-grande (Boana cymbalum), considerada extinta, utilizando a museômica.
  • O estudo, liderado por Daniel Nakamura, biólogo do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), revelou novas relações filogenéticas.
  • A pesquisa resultou em mudanças significativas na classificação taxonômica do gênero Boana e no status de conservação de algumas espécies.
  • Além disso, três espécies do complexo Dendropsophus araguaia foram unificadas em uma única espécie, D. cerradensis, que agora tem status de conservação considerado pouco preocupante.
  • A vocalização da perereca-de-campo-grande foi redescrita, e a busca por populações remanescentes continua, com o uso de DNA ambiental (aDNA) como uma possível solução.

Pesquisadores utilizam museômica para reclassificar espécies de rãs no Brasil

A museômica, um campo inovador que analisa DNA histórico (hDNA) de espécimes preservados em museus, está revolucionando a taxonomia de espécies ameaçadas. Recentemente, cientistas sequenciaram o hDNA da perereca-de-campo-grande (Boana cymbalum), considerada extinta, e reclassificaram espécies do complexo Dendropsophus araguaia.

O estudo, liderado por Daniel Nakamura, biólogo do Instituto de Biociências da USP, revelou a relação filogenética da perereca, coletada pela última vez na década de 1960. A pesquisa propôs mudanças taxonômicas significativas, atualizando a morfologia do gênero Boana e alterando o status de conservação de algumas espécies. “Entender a relação entre espécies extintas e as viventes é crucial para a conservação”, afirma o professor Taran Grant, orientador do trabalho.

Além da perereca, os cientistas analisaram amostras de rãs do complexo Dendropsophus araguaia, unificando três espécies anteriormente consideradas distintas em uma única, D. cerradensis. Essa nova classificação expande a área de distribuição geográfica e melhora o status de conservação, que agora é considerado pouco preocupante.

A técnica de museômica, que permite o uso de coleções científicas antigas, está trazendo novos insights sobre a biodiversidade. Grant destaca que, após décadas de desvalorização, os museus voltam a ser essenciais para os estudos de biodiversidade. O desafio permanece na preservação adequada dos espécimes, especialmente anfíbios, que são vulneráveis à degradação do DNA.

Os pesquisadores também redescreveram a vocalização da perereca-de-campo-grande, essencial para a reprodução e defesa territorial. Desde 2023, a espécie é oficialmente classificada como extinta pela IUCN, mas a busca por evidências de populações remanescentes continua. O uso de DNA ambiental (aDNA) pode ser a chave para descobrir se a espécie ainda habita a região.

Comentários 0

Entre na conversa da comunidade
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela; a responsabilidade é do autor da mensagem. Conecte-se para comentar

Veja Mais