- Cientistas descobriram que Marte possui um núcleo sólido de aproximadamente 1.200 km de diâmetro, desafiando a crença anterior de que o planeta tinha um núcleo líquido.
- A pesquisa foi publicada na revista Nature e realizada por uma equipe dos Estados Unidos e da China, que analisou dados da sonda InSight.
- Os pesquisadores estudaram 23 terremotos registrados pela sonda, utilizando ondas sísmicas para investigar a estrutura interna do planeta.
- A nova descoberta sugere que Marte tem uma crosta externa, um manto e um núcleo líquido, além do núcleo sólido, semelhante à estrutura da Terra.
- Especialistas expressam ceticismo sobre as conclusões, citando incertezas sobre a temperatura e a solidez do núcleo interno, estimada em cerca de 1.700 graus Celsius.
Cientistas revelam que Marte possui núcleo sólido, desafiando teorias anteriores
Uma nova pesquisa indica que Marte tem um núcleo sólido de aproximadamente 1.200 km de diâmetro, contradizendo a crença de que o planeta possui um núcleo líquido. O estudo, publicado na revista *Nature*, foi realizado por uma equipe de cientistas dos Estados Unidos e da China, que analisaram dados da sonda InSight, que operou até 2022.
Os pesquisadores focaram em 23 terremotos registrados pela sonda, utilizando ondas sísmicas que atravessaram o planeta. Esse método, semelhante ao utilizado por Inge Lehmann em 1936 para descobrir o núcleo sólido da Terra, revelou que o núcleo interno de Marte é composto por material sólido, possivelmente ferro e elementos mais leves, como oxigênio.
A descoberta levanta questões sobre a evolução de Marte, que já foi um planeta com água e potencial para vida. A ausência de um campo magnético, que poderia ter protegido sua atmosfera, é um enigma que se intensifica com a nova estrutura interna proposta. O novo modelo sugere que Marte possui uma crosta externa, um manto e um núcleo líquido, além do núcleo sólido, semelhante à estrutura da Terra.
Embora os resultados sejam intrigantes, alguns especialistas, como Simon Stähler, geofísico da Escola Politécnica Federal da Suíça, expressam ceticismo. Ele afirma que, apesar de os dados serem promissores, ainda há incertezas sobre a validade das conclusões. A temperatura no núcleo interno de Marte é estimada em cerca de 1.700 graus Celsius, o que levanta dúvidas sobre a solidez do núcleo.
Antonio Molina, geólogo planetário, considera os achados “muito interessantes” e sugere que Marte pode estar mais envelhecido do que se pensava, indicando um processo de cristalização em curso. Essa nova perspectiva sobre o planeta vermelho pode ajudar a entender melhor a formação e evolução de corpos planetários.