- Um estudo publicado na revista Nature Human Behaviour concluiu que não há evidências robustas para apoiar tratamentos alternativos para o autismo.
- A pesquisa, realizada por universidades da França e do Reino Unido, analisou 248 meta-análises e mais de 10 mil participantes.
- Foram investigados 19 tipos de terapias, como acupuntura e musicoterapia, que são frequentemente buscadas por famílias de crianças autistas.
- A maioria dos tratamentos apresentou evidências fracas ou de baixa qualidade, e a segurança das terapias raramente foi avaliada.
- Os pesquisadores destacam a importância de considerar ensaios rigorosos antes de validar esses métodos.
Um estudo recente publicado na revista Nature Human Behaviour revela que não existem evidências robustas que sustentem o uso de tratamentos alternativos para o autismo. A pesquisa, realizada por cientistas da Universidade Paris Nanterre, Universidade Paris Cité e Universidade de Southampton, analisou 248 meta-análises, incluindo 200 ensaios clínicos com mais de 10 mil participantes.
Os pesquisadores investigaram a eficácia e segurança de 19 tipos de terapias, como acupuntura, musicoterapia e fitoterapia. Até 90% das famílias com crianças autistas já recorreram a essas opções, muitas vezes em busca de alternativas sem efeitos colaterais. Richard Delorme, professor da Universidade Paris Cité, destaca que é crucial considerar as evidências de ensaios rigorosos antes de validar esses tratamentos.
Falta de Avaliação de Segurança
O estudo, classificado como uma revisão guarda-chuva, consolidou informações de diversas meta-análises para oferecer uma visão abrangente sobre o tema. Embora alguns tratamentos tenham mostrado potencial, as evidências foram consideradas fracas ou de baixa qualidade, tornando os resultados não confiáveis. Além disso, a segurança das terapias, como aceitabilidade e eventos adversos, raramente foi avaliada.
Corentin Gosling, professor da Universidade Paris Nanterre, explica que a análise de meta-análises permite uma avaliação mais completa das evidências disponíveis. Samuele Cortese, professor da Universidade de Southampton, alerta que conclusões baseadas em estudos de baixa qualidade podem ser enganosas. O estudo enfatiza a necessidade de uma abordagem crítica ao considerar tratamentos alternativos para o autismo.