- Uma nova espécie de bactéria do gênero Bartonella foi descoberta em mosquitos-palha no Parque Nacional da Amazônia, no Pará.
- A pesquisa foi liderada por Marcos Rogério André, da Universidade Estadual Paulista (FCAV-Unesp), e analisou 297 espécimes coletados entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2023.
- O DNA da nova espécie apresentou semelhanças com patógenos de B. bacilliformis e B. ancashensis, que causam a doença de Carrión.
- Embora não haja evidências de que a nova espécie cause doenças no Brasil, a proximidade genética levanta preocupações sobre sua adaptação e transmissão.
- Os pesquisadores planejam continuar a investigação em diferentes biomas e buscar reservatórios em animais, visando entender melhor as bartoneloses e suas implicações para a saúde pública.
Uma nova espécie de bactéria do gênero Bartonella foi descoberta em mosquitos-palha no Parque Nacional da Amazônia, no Pará. A pesquisa, liderada por Marcos Rogério André, da Universidade Estadual Paulista (FCAV-Unesp), identificou o DNA da bactéria em 297 espécimes coletados entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2023. Os pesquisadores alertam para a necessidade de estudos adicionais, pois a nova espécie pode estar relacionada a doenças como a de Carrión.
Os mosquitos-palha, conhecidos por transmitir a leishmaniose, apresentaram DNA semelhante a patógenos de B. bacilliformis e B. ancashensis, que causam a doença de Carrión, também transmitida por flebotomíneos. Embora não haja evidências de que a nova espécie cause doenças no Brasil, a proximidade genética com bactérias conhecidas levanta preocupações sobre sua potencial adaptação e transmissão em áreas fora dos Andes.
A pesquisa, publicada na revista Acta Tropica, envolveu a colaboração de especialistas da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) e recebeu apoio da FAPESP. Os cientistas destacam que as bartoneloses são doenças negligenciadas, com a doença da arranhadura do gato sendo a mais conhecida. A identificação de novas linhagens de Bartonella no Brasil pode indicar a presença de agentes patogênicos ainda não detectados.
Os pesquisadores planejam continuar a investigação, coletando amostras em diferentes biomas e buscando possíveis reservatórios em animais. A descoberta preliminar sugere que médicos e pesquisadores devem se unir para investigar a presença dessa nova bactéria em pacientes com febre de origem desconhecida, ampliando o entendimento sobre as bartoneloses e suas implicações para a saúde pública.