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Molécula da saliva de carrapato promete novas soluções contra febre maculosa

Pesquisadores descobrem proteína Amblyostatin-1, que pode transformar o tratamento da febre maculosa brasileira, doença com alta mortalidade

Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Carrapato-estrela, vetor da febre maculosa, em um fundo natural (Foto: Reprodução)
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  • Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) descobriram a proteína Amblyostatin-1, presente na saliva do carrapato Amblyomma sculptum.
  • A Amblyostatin-1 possui propriedades imunomoduladoras e anti-inflamatórias, podendo ser útil no tratamento da febre maculosa brasileira.
  • Entre 2013 e 2023, o Brasil registrou dois mil e cinquenta e nove casos e setecentas e três mortes pela doença, resultando em uma taxa de mortalidade de aproximadamente trinta e quatro por cento.
  • A proteína inibe enzimas chamadas catepsinas, que são importantes para o sistema imunológico, e reduz a inflamação em modelos animais.
  • O estudo foi publicado na revista Frontiers in Immunology e contou com colaborações internacionais, incluindo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos.

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) descobriram a Amblyostatin-1, uma proteína da saliva do carrapato Amblyomma sculptum, que apresenta propriedades imunomoduladoras e anti-inflamatórias. Essa descoberta pode revolucionar o tratamento da febre maculosa brasileira, uma doença grave com alta taxa de mortalidade, frequentemente diagnosticada de forma tardia.

A pesquisa, financiada pela FAPESP, envolveu colaborações internacionais com instituições como a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos. Entre 2013 e 2023, foram registrados 2.059 casos e 703 mortes no Brasil, resultando em uma taxa de mortalidade de aproximadamente 34%. A febre maculosa é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida principalmente por carrapatos do gênero Amblyomma.

A Amblyostatin-1 se destaca por inibir enzimas do tipo cisteíno proteases, conhecidas como catepsinas, que desempenham papéis cruciais no sistema imunológico. O estudo revelou que essa proteína reduz a ativação de células dendríticas e a inflamação cutânea em modelos animais. Anderson de Sá Nunes, um dos pesquisadores, destacou a importância da saliva do carrapato, que contém moléculas bioativas que ajudam a suprimir a resposta imune do hospedeiro, permitindo que a infecção avance silenciosamente.

Além disso, a Amblyostatin-1 apresenta baixa imunogenicidade, o que significa que não provoca a produção de anticorpos nos animais. Essa característica torna a proteína um potencial candidato para o desenvolvimento de medicamentos de uso prolongado, uma vez que o organismo não a reconhece como uma ameaça. O estudo foi publicado no periódico Frontiers in Immunology e representa um avanço significativo na compreensão da interação entre o carrapato e o sistema imunológico do hospedeiro.

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