- A dor crônica afeta cerca de 20% da população ocidental, levando muitos a buscar tratamentos, incluindo antidepressivos.
- Um estudo recente analisou 176 ensaios clínicos com aproximadamente 30.000 pacientes e 27 tipos de antidepressivos.
- Apenas a duloxetina apresentou eficácia significativa no tratamento da dor crônica.
- A amitriptilina, frequentemente prescrita, teve resultados inconclusivos e efeitos colaterais preocupantes.
- Especialistas sugerem que pacientes busquem atividades que proporcionem alegria como forma de lidar com a dor crônica.
A dor crônica afeta cerca de 20% da população ocidental, levando muitos pacientes a buscar tratamentos variados, incluindo antidepressivos. No entanto, a eficácia desses medicamentos para dor crônica é questionável, conforme revelam novas pesquisas.
Um estudo recente analisou 176 ensaios clínicos envolvendo aproximadamente 30.000 pacientes e 27 tipos de antidepressivos. Os resultados mostraram que apenas a duloxetina apresentou eficácia significativa no tratamento da dor crônica. Em contrapartida, a amitriptilina, frequentemente prescrita, teve resultados inconclusivos e preocupantes em relação a efeitos colaterais.
A dor crônica é definida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (Iasp) como aquela que persiste por mais de três meses, afetando a vida diária do paciente. Muitos médicos consideram os antidepressivos como uma alternativa aos analgésicos convencionais, pois a dor crônica pode impactar o humor e a saúde mental. Cerca de 40% das pessoas com dor crônica relatam sentir-se de mau humor, embora não estejam clinicamente deprimidas.
A especialista em dor, Tamar Pincus, destaca que os antidepressivos podem ajudar tanto na dor quanto no humor, já que as áreas do cérebro que processam dor e emoções negativas estão interligadas. Contudo, a análise dos ensaios clínicos não encontrou evidências robustas para apoiar essa abordagem, exceto para a duloxetina.
Embora a amitriptilina tenha funcionado para alguns indivíduos, sua eficácia geral foi considerada baixa. Além disso, os efeitos colaterais, como sonolência, podem ser problemáticos. Pincus alerta que, apesar dos resultados promissores da duloxetina, faltam dados sobre os efeitos a longo prazo.
Diante da incerteza sobre os tratamentos, Pincus sugere que os pacientes busquem atividades que tragam alegria e satisfação, como forma de lidar com a dor crônica. Essa abordagem pode ajudar a melhorar a qualidade de vida, mesmo em meio ao sofrimento.