- Um estudo publicado no Journal of the American College of Cardiology revela que mais da metade dos ataques cardíacos em mulheres jovens não são causados por bloqueios arteriais.
- A pesquisa, realizada ao longo de 15 anos com quase 3.000 pessoas de até 65 anos, sugere a necessidade de novas abordagens diagnósticas e terapêuticas.
- Os pesquisadores da Mayo Clinic analisaram dados de 2.790 indivíduos com níveis elevados de troponina, uma proteína que indica dano ao músculo cardíaco.
- Dos casos analisados, 53% dos ataques cardíacos em mulheres foram atribuídos a causas não tradicionais, como dissecção espontânea da artéria coronária (SCAD).
- O estudo destaca que as mulheres jovens têm taxas de ataque cardíaco significativamente mais baixas, mas os sintomas devem ser levados a sério, pois podem não ser clássicos.
Um estudo inovador publicado no *Journal of the American College of Cardiology* revela que mais da metade dos ataques cardíacos em mulheres jovens não são causados por bloqueios arteriais, desafiando a crença tradicional de que esses eventos são semelhantes aos de pacientes mais velhos. A pesquisa, realizada ao longo de 15 anos com quase 3.000 pessoas com até 65 anos, sugere que novas abordagens diagnósticas e terapêuticas são necessárias.
Os pesquisadores da Mayo Clinic analisaram dados de 2.790 indivíduos em Olmsted County, Minnesota, que apresentaram níveis elevados de troponina, uma proteína que indica dano ao músculo cardíaco. Dessa amostra, 53% dos ataques cardíacos em mulheres foram atribuídos a causas não tradicionais, como dissecção espontânea da artéria coronária (SCAD), que representa 11% dos casos femininos, em contraste com menos de 1% nos homens.
A análise detalhada dos casos revelou que 75% dos ataques cardíacos em homens jovens foram causados por bloqueios arteriais tradicionais, enquanto apenas 47% das mulheres apresentaram essa condição. A SCAD, frequentemente mal diagnosticada, pode ser tratada de forma inadequada se confundida com bloqueios tradicionais, o que pode agravar a situação.
Além disso, o estudo destacou que as mulheres jovens têm taxas de ataque cardíaco significativamente mais baixas, com 48 por 100.000 anos-pessoa, comparadas a 137 por 100.000 nos homens. Quando ocorrem ataques cardíacos tradicionais, as mulheres apresentam condições semelhantes aos homens, mas com maior prevalência de diabetes e hipertensão.
Os especialistas enfatizam a importância de um diagnóstico preciso e a necessidade de novos protocolos em emergências. Bradley Serwer, MD, alerta que ser jovem e saudável não garante imunidade a ataques cardíacos. Sintomas como dor no peito, falta de ar e fadiga intensa devem ser levados a sério, especialmente em mulheres, que podem não apresentar os sintomas clássicos.