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Dois terços dos suplementos vendidos no Brasil têm irregularidades, aponta Anvisa

Uso indiscriminado pode causar danos hepáticos, cardiovasculares e hormonais.

Dois em cada três suplementos alimentares avaliados pela Anvisa apresentam irregularidades, segundo levantamento atualizado até julho de 2025. A taxa de reprovação chega a 65%, com problemas que incluem falhas em ingredientes, dosagens, estudos de pureza e estabilidade.

O setor cresceu quase 300% em dez anos, mas sem fiscalização proporcional. Entre 2020 e 2025, 63% das investigações da Anvisa sobre alimentos envolveram suplementos. As irregularidades vão de rótulos com promessas exageradas a ingredientes proibidos, levando à interdição de marcas como Insuzin e Prostnar.

Especialistas afirmam que há uma “zona cinzenta” entre alimento e medicamento, já que suplementos são regulados como alimentos, mas vendidos com alegações típicas de remédios — sem testes clínicos equivalentes.

Médicos relatam aumento de lesões hepáticas, problemas cardiovasculares, desequilíbrios hormonais e riscos renais ligados ao uso indiscriminado desses produtos.

Mesmo diante do alto índice de problemas, a Anvisa prorrogou para 2026 o prazo para que empresas se adequem às normas, o que, segundo especialistas, amplia riscos ao consumidor.

 

Recomendação geral: usar suplementos apenas com orientação profissional e evitar produtos com promessas milagrosas ou resultados rápidos.

Dois em cada três suplementos alimentares analisados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentam algum tipo de irregularidade. O levantamento mais recente da agência, atualizado até julho de 2025, indica problemas que vão desde falhas em ingredientes e dosagens até ausência de estudos de pureza e estabilidade  etapas básicas para garantir a segurança de consumo.

A taxa de reprovação chega a 65% dos produtos avaliados e expõe um cenário de fragilidade regulatória em um mercado que cresce rapidamente e movimenta bilhões de reais. Impulsionados por promessas de bem-estar, performance e emagrecimento, esses produtos se popularizaram entre esportistas, jovens e consumidores em busca de soluções rápidas.

Mesmo com o alto índice de não conformidade, a Anvisa decidiu prorrogar até 2026 o prazo para que as empresas se adequem às normas de segurança e qualidade, inicialmente previstas para entrar em vigor neste ano. Para especialistas, a extensão amplia o risco para os consumidores.

“Encontramos falhas em dois terços dos produtos avaliados. Isso mostra que o setor ainda está longe do padrão de segurança exigido”, afirmou Patrícia Ferrari Andreotti, gerente de regularização de alimentos da Anvisa, em audiência pública na Câmara dos Deputados, em setembro de 2025.

Crescimento explosivo, pouca fiscalização

O consumo de suplementos alimentares no Brasil cresceu quase 300% na última década, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD). A expansão acelerada, porém, não foi acompanhada por fiscalização proporcional.

Entre 2020 e 2025, 63% das investigações abertas pela Anvisa sobre alimentos estavam relacionadas a suplementos, o maior índice entre todas as categorias reguladas.

As irregularidades incluem falta de estudos de estabilidade (que garantem que o produto mantenha suas propriedades até o fim da validade), uso de ingredientes proibidos e rótulos com alegações terapêuticas falsas ou exageradas.

Casos recentes levaram à interdição de marcas como Insuzin e Prostnar, que continham substâncias não declaradas e eram vendidas como suplementos naturais, mas apresentavam compostos com potencial risco à saúde.

“Zona cinzenta” entre alimento e medicamento

Para especialistas, parte do problema está na classificação regulatória. Suplementos são tratados como alimentos, mas muitas vezes carregam alegações que os aproximam de medicamentos — sem passar pelas mesmas exigências de testes clínicos e comprovações científicas.

“O suplemento é tratado como alimento, mas muitas vezes tem alegações e composições que o aproximam de um medicamento. E aí o consumidor fica no meio dessa zona cinzenta”, afirma Juliana Pereira, presidente do Instituto IPS Consumo.

Riscos à saúde vão além do uso exagerado

Com produtos irregulares, mal formulados ou com doses acima do recomendado, médicos têm observado aumento de casos de lesões hepáticas, alterações cardiovasculares, desequilíbrios hormonais e impactos renais associados ao uso indiscriminado desses produtos.

Nutricionistas alertam que, ao contrário do que muitos consumidores acreditam, suplementos não são isentos de efeitos colaterais e podem interagir com medicamentos, potencializando riscos.

Perspectivas

A ampliação do prazo para adequação das normas deve manter o setor sob atenção. A Anvisa promete intensificar inspeções e acelerar sanções, enquanto médicos recomendam que o consumidor só utilize suplementos com indicação profissional e evite produtos milagrosos, vendidos com promessas de cura ou resultados rápidos.

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