Fumar por 20 anos causa sérios danos ao corpo e à saúde geral

Os efeitos do tabagismo no corpo humano são cumulativos e devastadores, especialmente após 20 anos de consumo. Especialistas alertam que, mesmo que os sinais não sejam imediatos, o organismo começa a sofrer danos nas primeiras semanas de contato com a nicotina.

A tosse, por exemplo, é um dos primeiros sintomas, resultado da inflamação nas vias aéreas. Com o tempo, essa tosse pode diminuir, mas a destruição das células continua. A pneumologista Larissa Tavares explica que a fumaça do cigarro libera radicais livres, que oxidam as células e danificam tanto os alvéolos quanto as vias aéreas.

Além dos pulmões, o coração também é afetado. O cardiologista Tayene Quintella destaca que o tabagismo ativa o sistema nervoso simpático, aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial. Isso favorece a formação de placas de gordura nos vasos sanguíneos, elevando o risco de infarto e acidente vascular cerebral.

Os riscos aumentam com o tempo. Após 10 a 15 anos de exposição contínua, os danos se tornam clinicamente relevantes, podendo resultar em mais de 50 tipos de doenças, incluindo câncer de pulmão, traqueia e esôfago. O médico radio oncologista Daniel Przybysz alerta que tumores em fumantes crônicos tendem a ser mais agressivos e menos responsivos a tratamentos.

Os sinais de alerta começam a aparecer após um ano de tabagismo. Alterações no paladar e olfato, além da redução da tolerância ao esforço físico, são frequentemente atribuídas ao envelhecimento, mas podem indicar lesões causadas pelo cigarro. A exposição ao tabaco, mesmo em fumantes passivos, também prejudica a saúde cardiovascular.

A boa notícia é que a cessação do tabagismo traz benefícios significativos. Parar de fumar reduz o risco de doenças ao longo do tempo. Em apenas um ano, o risco de doenças cardiovasculares pode cair em 50%. A recuperação das funções respiratórias também é possível, com a diminuição do processo inflamatório logo após a interrupção do uso do cigarro.

Para fumantes com mais de 20 anos de exposição, o acompanhamento médico é essencial. Exames como espirometria e tomografia de baixa dosagem são recomendados para monitorar a saúde pulmonar e detectar precocemente possíveis lesões.