Seu bairro pode melhorar sua saúde e bem-estar diariamente
Estudo revela que mudar para bairros caminháveis pode aumentar em uma hora semanal a atividade física, impactando a saúde da população

Vizinhos e turistas passeiam pela Praça Cataluña, em Barcelona (Foto: massimiliano minocri)
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Um macroestudo publicado na revista Nature revela que mudar para bairros mais caminháveis pode aumentar a atividade física em até uma hora semanal, com impactos significativos na saúde. A pesquisa analisou dados de dois milhões de pessoas que usaram uma aplicação de contagem de passos durante três anos, focando em 5.500 usuários que se mudaram nesse período.
Os pesquisadores, liderados por Tim Althoff, professor de ciência computacional na Universidade de Washington, compararam os padrões de atividade física antes e depois da mudança. Os resultados indicam que o ambiente urbano influencia diretamente a quantidade de passos dados. O estudo utilizou o Walk Score, que avalia a acessibilidade de bairros a serviços e comércio, para medir a facilidade de locomoção.
Mudanças significativas foram observadas em Nova York, onde pessoas que se mudaram de áreas com baixa pontuação (48/100) para a cidade (89/100) aumentaram sua média diária de passos de 5.600 para 7.000. A Organização Mundial da Saúde recomenda que adultos caminhem entre 7.000 e 10.000 passos por dia para obter benefícios à saúde. Esse aumento na atividade física é crucial, pois está associado à redução da mortalidade e à prevenção de doenças.
Impactos na Saúde
O estudo destaca que a atividade física não se limita a exercícios recreativos, mas inclui deslocamentos diários, como ir ao trabalho ou fazer compras. Essa prática resulta em caminhadas mais rápidas, consideradas exercício de intensidade moderada a vigorosa. Apesar dos benefícios, cerca de 70% dos espanhóis não atingem os níveis mínimos de atividade recomendados.
A pesquisa também aponta que a adesão a hábitos saudáveis após a mudança é alta e se mantém ao longo do tempo. No entanto, as mulheres acima de 50 anos apresentaram uma exceção, possivelmente devido a fatores como segurança e normas culturais, que não foram abordados no estudo.
Desafios Urbanos
As cidades europeias, com sua infraestrutura densa e projetada para pedestres, contrastam com o modelo americano, que prioriza o uso de automóveis. A urbanista Esther Higueras ressalta que, para incentivar caminhadas, as ruas precisam ser atrativas e seguras, com calçadas amplas e áreas verdes. Em muitas cidades espanholas, 68% do espaço público é destinado a veículos, enquanto apenas 32% é para pedestres.
O estudo de Nature reforça a necessidade de adaptar os ambientes urbanos para promover a saúde pública. Investir em infraestrutura que favoreça a mobilidade a pé não é apenas uma questão de conforto, mas uma estratégia essencial para melhorar a saúde da população.
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