Mercado obscuro lucra com a sexualização de crianças e adolescentes no Brasil
Denúncia sobre adultização de menores nas redes sociais provoca investigações e suspensão de perfis, evidenciando a exploração infantil online

O clima que se projeta nas redes é o de um reality show descontrolado, no qual insinuações e disputas afetivas se misturam à presença constante de menores de idade - um show de horrores que confunde entretenimento com exploração. (Foto: Freepik)
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Um vídeo de denúncia sobre a adultização de crianças e adolescentes nas redes sociais gerou a suspensão de perfis no Instagram e investigações pelo Ministério Público. O caso de Ítalo Santos, conhecido como Hytalo, destaca a exploração de menores em conteúdos digitais, revelando um fenômeno que combina a busca por atenção e a monetização de conteúdos.
A psiquiatra Ana Beatriz alerta que a adultização não é apenas uma questão moral, mas um problema que afeta a saúde mental de jovens. Em suas redes sociais, ela afirma que a internet transformou a infância em um produto, expondo crianças a práticas adultas de forma precoce. O youtuber Felipe Bressanim, conhecido como Felca, explica que esse processo envolve a inserção prematura de crianças em papéis adultos, o que pode levar a sérios problemas emocionais.
O vídeo que desencadeou as investigações expôs conteúdos que sexualizam menores. Após a denúncia, perfis associados foram suspensos e o Ministério Público começou a ouvir testemunhas. Felca destaca que a monetização de conteúdos gera um ciclo vicioso, onde a exposição de crianças se torna uma fonte de renda para famílias. Essa dinâmica cria uma tensão entre a proteção dos menores e o desejo de lucro.
Dados alarmantes indicam que a erotização precoce está correlacionada a problemas como ansiedade e depressão. Relatórios internacionais revelam que uma em cada oito meninas sofreu abuso sexual antes dos 18 anos. No Brasil, as notificações de violência sexual contra crianças aumentaram significativamente, refletindo uma realidade preocupante.
O caso de Ítalo Santos, que adotou dez crianças e as expôs em um ambiente semelhante a um reality show, exemplifica a vulnerabilidade das redes de proteção. A psiquiatra Ana Beatriz ressalta que essa situação não é isolada e que a exploração de menores nas redes sociais é uma questão que demanda atenção urgente. A discussão sobre a adultização deve ser ampliada, envolvendo a responsabilização legal e a regulação das plataformas digitais.
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