Quênia enfrenta crise de gravidez na adolescência com novas políticas de saúde

Naomi Cherotich, uma adolescente de 17 anos, enfrentou uma grave situação ao engravidar após ser abusada por um homem em sua vila, localizada em Bungoma County, Quênia. Com o apoio de um enfermeiro, ela recebeu cuidados pré-natais e agora planeja retornar à escola para se tornar professora.

A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública no Quênia, onde cerca de 15% das mulheres entre 15 e 19 anos já estiveram grávidas. Em áreas como Bungoma, a pobreza e a falta de educação contribuem para essa realidade alarmante. Em um único colégio da região, 54 meninas de aproximadamente 250 ficaram grávidas em 2023, refletindo a gravidade da situação.

Naomi, após descobrir sua gravidez, fugiu de casa para evitar o estigma social. Sua avó a ajudou a buscar remédios caseiros, mas, ao sentir dores, ela foi levada ao Kopsiro Health Center, onde recebeu assistência do enfermeiro Hesborn Sambo. Ele tem se dedicado a ajudar adolescentes grávidas, promovendo cuidados de saúde e conscientização sobre a importância do pré-natal.

Sambo, que começou sua missão após testemunhar mortes de jovens mães, destaca que muitos casos de complicações não são registrados, pois as adolescentes não buscam ajuda médica. Ele afirma que, embora as mortes de jovens mães tenham diminuído de mais de 100 para cerca de 40, muitos ainda enfrentam desafios, como a rejeição familiar e o suicídio.

Naomi deu à luz um menino em julho de 2023 e, com o apoio de Sambo, encontrou motivação para continuar seus estudos. Ela expressa sua felicidade e determinação em voltar à escola, sonhando em mudar sua vida e a de sua mãe, que também enfrentou dificuldades na juventude.