Situação da mpox permanece estável um ano após emergência internacional
A OMS enfrenta críticas por sua resposta à mpox, enquanto a urgência por vacinas em áreas endêmicas se intensifica e a vigilância se torna essencial

Vacinação contra a mpox em Uganda, o passado fevereiro (Foto: Nicholas Kajoba/Anadolu/Getty Images)
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a mpox como emergência sanitária internacional em 2022, devido à sua rápida propagação e letalidade, especialmente na República Democrática do Congo (RDC). Um ano após a declaração, a situação permanece sob controle em países ocidentais, onde os casos são esporádicos e importados. A OMS, no entanto, enfrenta críticas sobre sua capacidade de resposta e a urgência de vacinas em áreas endêmicas.
A nova variante do vírus, conhecida como clado IB, inicialmente causou preocupação por sua letalidade. Apesar disso, a OMS constatou que a taxa de mortalidade não era tão alta quanto se temia. Em 2023, mais de 32.000 novas infecções foram registradas, com quase a metade ocorrendo na RDC. A OMS alerta que todos os clados do vírus continuam circulando, aumentando o risco de transmissão comunitária se não forem tomadas medidas eficazes.
A vacinação é considerada a única forma de interromper a cadeia de transmissão. Especialistas, como o professor Rafa Toledo, enfatizam a necessidade de doações de vacinas e a facilitação de mecanismos para que cheguem às populações afetadas. A situação na RDC, marcada por conflitos e deslocamentos populacionais, cria um ambiente propício para a propagação do vírus, afetando principalmente crianças.
Embora a OMS tenha declarado a emergência, sua capacidade de ação é limitada. A organização depende da mobilização internacional e da coordenação de recursos, mas a retirada de financiamento por parte dos Estados Unidos agrava a situação. A OMS não tem poder para obrigar países a agir, mas busca aumentar a conscientização global sobre a necessidade de uma resposta coordenada.
Os especialistas alertam que o vírus pode evoluir, aumentando sua transmissibilidade e potencial letalidade. Atualmente, a taxa de mortalidade da mpox é de 0,4% a 0,5%, muito inferior à da varíola humana, já erradicada. A vigilância contínua e a vacinação em áreas endêmicas são cruciais para evitar que a mpox se torne uma ameaça global mais séria.
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