Cultura

Exposição em São Paulo recria rostos de africanos escravizados com inteligência artificial

Exposição em São Paulo usa IA para recriar rostos de africanos escravizados, homenageando Luiz Gama e resgatando identidades perdidas.

Foto:Reprodução

Foto:Reprodução

Ouvir a notícia

Exposição em São Paulo recria rostos de africanos escravizados com inteligência artificial - Exposição em São Paulo recria rostos de africanos escravizados com inteligência artificial

0:000:00

Uma nova exposição no Arquivo Público do Estado de São Paulo recria os rostos de africanos escravizados a partir das descrições do abolicionista Luiz Gama. A mostra, intitulada "Eu, o amanuense que escreveu...", foi inaugurada recentemente e utiliza Inteligência Artificial (IA) para homenagear as identidades perdidas desses indivíduos.

A exposição destaca o trabalho de Gama, que atuou como escrivão em uma delegacia, onde buscou libertar pessoas escravizadas aproveitando brechas legais. Os documentos utilizados datam de 1862 a 1866, período em que, teoricamente, a entrada de africanos escravizados no Brasil já estava proibida. Contudo, a realidade era diferente, e muitos continuavam a ser trazidos ao país.

O artista e arquivista Diego Rimaos idealizou a exposição para recuperar a identidade de pessoas que nunca tiveram o direito de existir plenamente. Ele utilizou as descrições de Gama, que incluíam detalhes físicos como "cara redonda, olhos pequenos, lábios regulares", para gerar os rostos por meio de ferramentas de IA. Apesar de alguns ajustes necessários devido a anacronismos da tecnologia, os rostos agora aparecem em formatos contemporâneos de documentos de identidade.

Legado de Luiz Gama

Luiz Gama, nascido livre em Salvador, teve uma vida marcada por desafios. Filho de uma mulher escravizada e um português, foi vendido como escravo aos dez anos. Aprendeu a ler e escrever e, após uma batalha legal, conquistou sua liberdade. Mesmo sem um diploma formal, atuou como advogado e lutou pela liberdade de centenas de escravizados.

Os manuscritos de Gama, que estão preservados no arquivo paulista, foram reconhecidos pela UNESCO em janeiro deste ano como parte do programa Memória do Mundo. A exposição não apenas recupera rostos, mas também reafirma a importância do legado de Gama na luta pela liberdade e direitos dos negros no Brasil.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela