Economia

Pecuária brasileira amplia exportações e busca novos mercados além da China

Brasil exporta 45% da carne bovina para a China, mas busca diversificação. Investigação chinesa sobre importações pode afetar exportações brasileiras. Em 2024, exportações de carne bovina aumentaram 26%, com EUA como novos compradores. Preços da carne subiram 20,84% em 2024, impactando o poder de compra do consumidor. Expectativas de queda na demanda interna em 2025 devido a gastos programados.

Cerca de 45% de toda a carne bovina que é consumida na China vem do Brasil, segundo dados da FAO. (Foto: Justin Chin/Bloomberg)

Cerca de 45% de toda a carne bovina que é consumida na China vem do Brasil, segundo dados da FAO. (Foto: Justin Chin/Bloomberg)

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Pecuaristas brasileiros estão diversificando seus mercados de exportação, buscando reduzir a dependência da China, que atualmente é o principal comprador da carne bovina do Brasil, responsável por 45% do consumo chinês. O analista de proteína animal do Rabobank, Wagner Yanaguizawa, destacou que a demanda chinesa deve permanecer estável no primeiro semestre de 2025, mas alerta para um possível pico no mercado. Além da China, o Brasil está mirando novos mercados, como o Egito, o Chile e países muçulmanos para carne halal, além de oportunidades no Japão e na Coreia do Sul.

A investigação iniciada pela China sobre as importações de carne bovina, em dezembro de 2024, gera incertezas para o setor. A conclusão desse processo pode levar até oito meses e é vista como um alerta para o Brasil, que já enfrentou barreiras comerciais anteriormente. Apesar disso, a relação com a China trouxe benefícios, como a modernização da cadeia produtiva, focando na qualidade e rastreabilidade, conforme explicou João Otávio Figueiredo, da Datagro. Em 2024, o Brasil exportou 2,89 milhões de toneladas de carne, com a China recebendo 1,33 milhão de toneladas.

Os frigoríficos brasileiros, como a JBS, têm se beneficiado do aumento nas exportações, com lucros que cresceram quase 600% no terceiro trimestre de 2024. A demanda crescente dos Estados Unidos, que enfrentam problemas com seu rebanho, também favorece as exportações brasileiras. O Rabobank prevê uma queda de 3% a 3,5% na oferta de boi nos EUA, o que pode aumentar ainda mais as importações brasileiras.

Entretanto, a alta dos preços da carne no Brasil impacta o consumidor. Em 2024, os cortes de carne subiram 20,84%, contribuindo para uma inflação de 4,83% no ano. O analista Victor Froehner da Datagro observa que, apesar da abertura de novos mercados, o poder de compra da carne bovina no Brasil tem diminuído. A transição do ciclo da pecuária e a retenção de fêmeas também influenciam a oferta e os preços, com expectativas de uma demanda interna mais fraca em 2025 devido a gastos programados da população.

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