17 de jan 2025
Setor de saúde privada enfrenta desafios e estagnação nos próximos anos, aponta Santander
O mercado de saúde privada no Brasil enfrenta estagnação e queda na penetração. Relatório do Santander prevê perda de 360 mil beneficiários até 2026. Taxa de penetração deve voltar ao pico de 2014 apenas em 2031. A Hapvida se destaca como a ação preferida, com potencial de valorização de 70%. Desafios econômicos e de renda limitam o crescimento do setor de saúde privada.
A indústria de saúde privada tenta retomar os níveis de penetração em planos de saúde de uma década atrás (Foto: Cesc Maymo/Getty Images)
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O mercado de saúde privada no Brasil enfrenta desafios significativos nos próximos anos, conforme aponta a equipe de equity research do Santander Brasil. O relatório, que foi antecipado à Bloomberg Línea, prevê uma estagnação na penetração de planos de saúde, com uma queda estimada de 360 mil beneficiários entre 2025 e 2026. A taxa de penetração, que atingiu 25% em 2014, deve recuar para 24,1% em 2024 e 24% em 2026. O analista Caio Moscardini destaca que, apesar da atual queda não ser alarmante, não há perspectivas de aumento na adesão aos planos.
Os analistas também observam que o cenário atual é semelhante ao período de 2014 a 2016, quando o setor enfrentou dificuldades. A expectativa é que o patamar de penetração de 2014 só seja alcançado novamente em 2031. Moscardini menciona que, mesmo com a presença do SUS, que oferece atendimento gratuito, muitos brasileiros optam por planos de saúde devido à celeridade no atendimento. O relatório sugere que empresas verticalizadas, que controlam todas as etapas do atendimento, devem se beneficiar mais nesse contexto.
Entre as empresas analisadas, a Hapvida (HAPV3) é destacada como a preferida, com um preço-alvo de R$ 4,00, representando um potencial de valorização de quase 70%. No entanto, o Santander revisou o preço-alvo da Hapvida para baixo, assim como fez com a Odontoprev (ODPV3) e a Qualicorp (QUAL3), que também tiveram suas expectativas ajustadas. O setor de saúde privada está intimamente ligado ao ciclo econômico e à taxa de desemprego, que deve subir de 6,3% em 2024 para 7% em 2026, impactando a recuperação do setor.
Além disso, a Variação de Custo Médico-Hospitalar (VCMH), que mede a inflação dos serviços de saúde, tem avançado quase o dobro do IPCA, o que pressiona ainda mais os preços dos planos. A expectativa é que os preços dos planos de saúde aumentem 9% em 2025, enquanto o salário mínimo deve subir apenas 7,5%. Para melhorar a penetração da saúde privada, seria necessário um ambiente regulatório mais seguro e a flexibilização das regras, permitindo a comercialização de planos mais acessíveis. Moscardini sugere que isso poderia aumentar o número de beneficiários e tornar os serviços mais baratos.
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