25 de jan 2025
Estatais federais acumulam rombo histórico de 6 bilhões de reais em 2024
A Ceitec, criada em 2010, fracassou com prejuízos de R$ 47 milhões em 2023. O rombo das estatais federais deve chegar a R$ 7,2 bilhões em 2024, segundo estimativas. A nova estatal Alada, focada em tecnologia espacial, gera preocupações sobre viabilidade. A Codevasf, com prejuízo de R$ 1,3 bilhão, é alvo de investigações por fraudes. O governo Lula enfrenta pressão para cortar gastos e reavaliar a eficácia das estatais.
SÓ PROBLEMAS - Codevasf: estatal acumula prejuízos e suspeitas de fraudes em licitações (Foto: Gabriela Biló/Folhapress)
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A estatal de tecnologia Ceitec, inaugurada em fevereiro de 2010 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu um investimento de R$ 400 milhões. Localizada em Porto Alegre (RS), a empresa tinha como objetivo colocar o Brasil na vanguarda do mercado de microchips. No entanto, a Ceitec enfrentou dificuldades e, no último ano, emitiu apenas sete notas fiscais, com um faturamento total de R$ 137 mil e um prejuízo líquido de R$ 47 milhões, mesmo após um aporte de R$ 40 milhões do Tesouro Nacional.
O desempenho da Ceitec é um reflexo das políticas públicas e da má gestão das estatais, que acumulam um rombo de R$ 6 bilhões de janeiro a novembro de 2023, segundo o Banco Central. Estima-se que as estatais federais encerraram 2024 com perdas de R$ 7,2 bilhões. As estatais dependentes, que vivem às custas do Tesouro, são as principais responsáveis por esse déficit, com destaque para empresas como a Codevasf, que reportou um prejuízo de R$ 1,3 bilhão em 2023.
A resistência do PT a processos de desestatização tem contribuído para o agravamento da situação financeira das estatais. O governo Lula suspendeu privatizações em andamento, como a dos Correios, que já acumula um prejuízo de R$ 2 bilhões em 2024. A empresa também injetou R$ 7,6 bilhões no fundo de pensão de seus funcionários, que enfrenta um déficit de R$ 15 bilhões. A discussão sobre a eficácia das estatais e a necessidade de uma gestão mais rigorosa continua em pauta.
Enquanto isso, a criação de novas estatais, como a Alada, destinada ao lançamento de foguetes, levanta preocupações sobre o desperdício de recursos públicos. Historicamente, o Brasil tem se mostrado relutante em seguir o exemplo de países que, após desenvolver setores estratégicos, avançaram para a privatização. A expectativa é que a nova estatal, assim como outras, possa contribuir para aumentar o saldo negativo das finanças públicas, perpetuando um ciclo de ineficiência e desperdício.
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