Cresce uso de cédulas como reserva de valor, aponta Banco Central

O uso do dinheiro físico no Brasil tem se transformado, sendo cada vez mais visto como reserva de valor em vez de meio de pagamento. O Banco Central (BC) observa que a estabilidade na quantidade de cédulas em circulação, que encerrou 2024 com 7,72 bilhões de cédulas totalizando R$ 347,5 bilhões, reflete essa tendência. Após um crescimento de 20,4% em 2020 devido à pandemia, o fluxo de dinheiro passou a variar menos, com um aumento de apenas 1% de 2023 para 2024.

A pesquisa “O brasileiro e sua relação com o dinheiro”, divulgada pelo BC, revela que o Pix se tornou o meio de pagamento mais utilizado, com 46,1% das menções, enquanto o dinheiro físico ficou com 22%. Em 2021, a situação era oposta, com 41,7% preferindo o dinheiro. O BC destaca que essa mudança indica um uso crescente do dinheiro como reserva de valor, com a população mantendo mais numerário em mãos e reduzindo seu giro.

A cédula de R$ 200, introduzida em 2020, é considerada uma nota com função preponderante como reserva de valor, representando 2% das cédulas e 8,8% do valor em circulação. O BC afirma que seu uso evolui conforme o esperado. Além disso, os saques em caixas eletrônicos caíram de 5,4% em 2021 para 1,8% em 2024, enquanto o uso do Pix aumentou significativamente.

Apesar da digitalização crescente, a advogada Mariana Chaimovich ressalta que muitos brasileiros ainda dependem do dinheiro em espécie. Ela observa que a realidade do Brasil é diversa, e a dependência do dinheiro persiste, especialmente fora dos grandes centros urbanos, onde o acesso a tecnologias como smartphones e internet 5G é limitado.