Clonagem da vaca Viatina, avaliada em R$ 21 milhões, pode custar até R$ 100 mil

O primeiro clone bem-sucedido da Viatina, uma vaca avaliada em R$ 21 milhões, nasceu no segundo semestre de 2024. A clonagem de animais no Brasil, que pode custar até R$ 100 mil, é realizada comercialmente desde 2010, embora a taxa de sucesso seja apenas de 4%, conforme explica o pesquisador Maurício Machaim, da Embrapa. O clone da Viatina, que recebeu cuidados especiais em uma clínica genética em Uberaba, foi resultado de tentativas que duraram dois anos.

A veterinária Lorrany Moraes, da Fazenda Napemo, destacou a complexidade do processo e a importância do clone para a preservação da genética da Viatina. A vaca é a segunda mais cara do mundo, atrás apenas da Carina FIV do Kado, avaliada em R$ 24 milhões. A clonagem permite que proprietários de animais valiosos aumentem a comercialização de material para procriação, como evidenciado pelo leilão de uma bezerra da Viatina por R$ 3 milhões.

Machaim também mencionou que a clonagem pode ser utilizada para "ressuscitar" animais que morreram, coletando células para manter a reprodução de descendentes com características superiores. O processo envolve a coleta de células da pele do animal a ser clonado, que são inseridas em um óvulo sem DNA, resultando em um embrião. Este é implantado em uma vaca que atuará como "barriga de aluguel", com o parto geralmente induzido por cesariana.

A clonagem de animais foi regulamentada no Brasil em 2024, através da Lei 15.021, que estabelece normas para a produção e comercialização de material genético e clones. Apenas fornecedores registrados podem realizar essas atividades, e os clones devem ser controlados por um banco de dados público, garantindo segurança genética e sanitária.