Indústria brasileira retoma crescimento e destaca investimentos históricos, afirma Cappelli

Após quase um ano à frente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o jornalista Ricardo Cappelli declarou que o Brasil está revertendo o processo de desindustrialização que perdura desde os anos 1980. Em 1985, a indústria representava 48% do Produto Interno Bruto (PIB), mas caiu para 21,1% em 2017. Em 2022, essa participação subiu para 26,3% e, em 2023, para 25,5%. No acumulado de 2024, até o terceiro trimestre, o PIB industrial cresceu 3,5% em relação ao ano anterior, impulsionado pelo programa Nova Indústria Brasil, lançado pelo presidente Lula e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.

O programa, que prevê R$ 300 bilhões em investimentos até 2026, busca modernizar o setor por meio de linhas de crédito e ações regulatórias. Cappelli destacou que a indústria automotiva teve um crescimento de 15% em 2024, o maior do mundo, com R$ 180 bilhões em novos investimentos até 2028. Outros setores, como alimentos e siderurgia, também anunciaram investimentos significativos, totalizando mais de R$ 500 bilhões em novos projetos.

Cappelli ressaltou que um dos principais desafios é a alta taxa de juros, atualmente em 12,25% ao ano, que dificulta os investimentos na indústria. Ele acredita que a nova gestão do Banco Central pode ajudar a reduzir essa taxa, permitindo que o capital se concentre na produção em vez da especulação financeira. Além disso, a ABDI está implementando o programa Destrava Brasil, que visa agilizar processos regulatórios, especialmente na Agência Nacional de Mineração, onde há mais de 200 mil processos pendentes.

O vice-presidente Alckmin também comentou sobre os avanços da indústria, que cresceu 3,2% até novembro de 2024, com destaque para bens de consumo duráveis, que aumentaram 10,7%. A indústria gerou 306,9 mil postos de trabalho formais em 2024, um aumento de 146% em relação ao ano anterior. O governo continua a promover políticas públicas que incentivam a inovação e a competitividade, com foco em um comércio exterior mais eficiente e menos burocrático, visando fortalecer a presença do Brasil no mercado global.