Economia

Dívida pública brasileira atinge 52% atrelada à Selic e preocupa o mercado financeiro

O Brasil pode ter mais da metade da dívida pública atrelada à Selic em 2023, um marco em 20 anos. O Plano Anual de Financiamento (PAF) prevê que a participação de títulos pós fixados suba para entre 48% e 52%. Especialistas alertam que essa mudança pode piorar o perfil da dívida e aumentar a volatilidade do mercado. A decisão reflete um cenário econômico incerto, com investidores preferindo a segurança do Tesouro Selic. Ajuste fiscal é essencial para restaurar a credibilidade e atrair investimentos em títulos prefixados.

Moedas de 1 real (Foto: REUTERS/Bruno Domingos)

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Ao final de 2025, o Brasil poderá ter mais da metade de sua dívida pública atrelada à Selic, marcando a primeira vez em 20 anos que isso ocorre. O Tesouro Nacional divulgou, em 5 de fevereiro, o Plano Anual de Financiamento (PAF), que prevê que a participação de títulos pós-fixados aumente entre 48% e 52% do total. Em 2023, essa participação foi de 39,66%, enquanto em 2022 foi de 46,29%. Especialistas alertam que essa mudança pode piorar o perfil da dívida e levantar dúvidas sobre a saúde fiscal do país.

O Tesouro justifica a alteração em um cenário macroeconômico incerto, prevendo que o ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos termine em 2026, com juros a 3%, sem recessão. Além disso, a percepção fiscal e tensões geopolíticas podem pressionar preços e juros no Brasil. Tiago Sbardelotto, economista da XP, destaca que a mudança na composição da dívida está relacionada ao vencimento de R$ 583 bilhões em títulos prefixados em 2025, em comparação a R$ 407 bilhões atrelados à Selic.

Com um cenário conturbado, o Tesouro observa que investidores estão mais cautelosos, preferindo a segurança do Tesouro Selic. Roberto Motta, da Genial Investimentos, afirma que essa preferência se deve ao desejo de minimizar prejuízos. Claudio Pires, da MAG Investimentos, complementa que a redução da emissão de títulos prefixados pode aliviar a pressão no mercado e diminuir a volatilidade, embora isso também signifique um perfil de dívida mais fraco.

A XP ressalta que o PAF é uma diretriz e não um compromisso absoluto do Tesouro. Apesar das desvantagens, Pires considera que a estratégia do Tesouro é adequada para a conjuntura econômica atual, embora dificulte o trabalho do Banco Central na redução da inflação. Para Motta, a solução para atrair investimentos e estabilizar a dívida pública é um ajuste fiscal, que aumentaria a credibilidade do Brasil e incentivaria o financiamento em taxas prefixadas.

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