Previdência privada cresce no Brasil; 11 milhões já investem e novas regras trazem vantagens

A procura por previdência privada no Brasil tem crescido significativamente, com cerca de 11,2 milhões de pessoas possuindo planos em 2024, segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). A captação líquida do ano alcançou R$ 60,8 bilhões, um aumento de 41% em relação a 2023. As mudanças nas regras da previdência, iniciadas em 2015, têm contribuído para essa popularização, embora ainda haja grande potencial de crescimento, conforme destaca Amâncio Paladino, diretor da Fenaprevi.

Recentemente, novas legislações, como as leis 14.652/2023 e 14.803/2024, trouxeram flexibilidade aos planos de previdência aberta. Uma das principais inovações é a possibilidade de o investidor escolher como deseja que sua renda seja corrigida, podendo optar entre atrelá-la à inflação ou ao rendimento dos fundos. Paladino ressalta que isso facilita o planejamento financeiro, permitindo que despesas fixas sejam ajustadas de acordo com a inflação, enquanto outras partes acompanham o desempenho do fundo.

Outra mudança importante é a introdução dos “ciclos de renda”, que permite ao investidor começar a receber parte da renda mesmo durante o período de contribuição. Isso significa que não é mais necessário esperar até a aposentadoria para acessar os recursos. Além disso, a nova legislação permite que a escolha entre a tabela progressiva ou regressiva do Imposto de Renda seja feita no momento do resgate, e não na contratação do plano, o que torna a decisão mais flexível e menos arriscada para os jovens.

A Lei 14.652/2023 também possibilitou que os investimentos em previdência privada sejam usados como garantia para empréstimos, aumentando o acesso ao crédito com juros mais baixos. Além disso, a previdência privada oferece vantagens como a não incidência de Imposto de Renda durante a fase de acumulação e a possibilidade de planejamento sucessório, já que os recursos não passam por inventário. Paladino enfatiza que essas evoluções regulatórias tornam a previdência privada uma opção cada vez mais vantajosa para o planejamento financeiro de longo prazo.