Economia

Apagão de mão de obra atinge quase 60% das empresas brasileiras e desafia crescimento econômico

O Brasil alcançou taxa de desocupação de 6,2%, menor desde 2012, refletindo recuperação. Apesar disso, 19% das empresas enfrentam escassez de mão de obra, especialmente em serviços. A dependência de programas assistenciais, como o Bolsa Família, desestimula a busca por emprego. Setores como construção civil e varejo reportam dificuldades para contratar, afetando operações. Especialistas defendem qualificação atrelada a benefícios sociais para reintegração ao mercado.

EM BAIXA - Linha de produção de automóveis: os mais jovens não querem mais trabalhar na indústria. (Foto: Pedro Vilela/Getty Images)

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Os dados recentes sobre o emprego no Brasil indicam um crescimento significativo, com o número de pessoas ocupadas aumentando 9% desde dezembro de 2019, totalizando 104 milhões de trabalhadores. A taxa de desemprego caiu para 6,2%, o menor nível desde 2012, refletindo uma recuperação após a crise da pandemia, que deixou mais de 15 milhões de desempregados em seu pico. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuem essa melhora ao crescimento econômico durante sua gestão.

Entretanto, a realidade do mercado de trabalho é mais complexa. Muitas empresas enfrentam dificuldades para contratar, não apenas devido ao número reduzido de desempregados, mas por uma desregulação mais profunda. Segundo Anaely Machado, economista do Observatório Nacional da Indústria, a escassez de mão de obra é generalizada, afetando tanto funções simples quanto as mais qualificadas. Apesar de haver 177 milhões de pessoas em idade de trabalhar, muitos optam por depender de programas sociais, como o Bolsa Família, que foi ampliado para R$ 600 mensais.

A relação entre a expansão do Bolsa Família e a redução da oferta de mão de obra é evidente, com Daniel Duque, economista da FGV, destacando que 19% das empresas não conseguem encontrar trabalhadores para serviços básicos. Setores como construção civil e varejo relatam dificuldades significativas, com 82% das construtoras e 77% das empresas de varejo enfrentando problemas de contratação. A Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul estima que há 25 mil vagas abertas por falta de candidatos.

A falta de mão de obra qualificada é um desafio persistente, exacerbado pelas mudanças tecnológicas e culturais. Fábio Bentes, da CNC, argumenta que o governo deve assumir a responsabilidade pela qualificação da força de trabalho, enquanto 45% das empresas investem em capacitação interna. Além disso, a nova geração valoriza flexibilidade e qualidade de vida, com 30% dos jovens sonhando em empreender. A queda na taxa de desemprego é um avanço, mas a solução para a escassez de mão de obra requer uma abordagem mais estruturada e a superação da dependência de programas assistenciais.

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