Cinco anos da pandemia: setores que perderam e ganharam com a crise sanitária

Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia de Covid-19, impactando profundamente a economia global. O isolamento social e as mudanças nos hábitos de consumo resultaram em perdas significativas para diversos setores, enquanto outros se adaptaram e prosperaram. Jeff Patzlaff, especialista em investimentos, ressalta a importância de planos de contingência e a presença digital para enfrentar crises. As empresas que possuíam reservas financeiras conseguiram lidar melhor com os desafios impostos pela pandemia.

O setor educacional foi um dos mais afetados, com a migração forçada para o Ensino à Distância (EaD). Em 2020, a Cogna registrou uma queda de 28,6% no número de alunos presenciais, resultando em um prejuízo de R$ 589 milhões. Apesar do crescimento de 17,8% nas matrículas EaD, a recuperação do valor de mercado das empresas do setor ainda é incerta, com perdas significativas em suas ações. Wilson Diniz, CEO da Cultura Inglesa, e Eduardo Santos, da EF Education First, destacam a importância da tecnologia na evolução do ensino durante a pandemia.

O turismo brasileiro enfrentou uma queda de 59% no faturamento em 2020, conforme dados do Ministério do Turismo. Após um longo período de prejuízos, a CVC conseguiu lucro no quarto trimestre de 2024, mas suas ações ainda caíram 85,6% desde o início da crise. A 123 milhas entrou com pedido de recuperação judicial em 2023, evidenciando os desafios enfrentados pelo setor. O impacto na aviação foi igualmente severo, com uma queda de 53% no número de passageiros em 2020, levando empresas como Latam e Gol a processos de recuperação judicial.

Por outro lado, setores como streaming e logística se beneficiaram com a pandemia. Em 2022, 75% dos brasileiros utilizavam plataformas de streaming, e a média de gastos mensais com assinaturas era de R$ 100. O setor de logística também prosperou com o aumento das compras online, resultando em melhores resultados para empresas do segmento. A computação em nuvem teve um crescimento significativo, com a AWS e a Microsoft reportando aumentos de receita de 30% e 21%, respectivamente, no quarto trimestre de 2024, demonstrando a aceleração das tecnologias digitais impulsionadas pela pandemia.