Trump impõe tarifas de 25% sobre aço e alumínio; Brasil é um dos principais afetados

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a implementação de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio a partir de 12 de fevereiro de 2024. A decisão não foi inesperada, já que Trump havia sinalizado essa medida anteriormente. Diferente das tarifas impostas ao Canadá, México e China, essas tarifas não têm um alvo específico, mas impactarão os principais exportadores, incluindo o Brasil, que é o segundo maior exportador de produtos siderúrgicos para os EUA, com 4,4 milhões de toneladas exportadas em 2024.

Os dados do American Iron and Steel Institute mostram que, em 2023, os EUA foram responsáveis por 55,7% das exportações de aço brasileiro. O impacto econômico para o Brasil foi analisado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que estima uma queda de 0,01% no PIB e uma redução de 36,2% nas exportações para os EUA. O setor de Metais Ferrosos deve enfrentar uma baixa mais acentuada, com uma contração de 11,27% nas exportações e uma perda de US$ 1,5 bilhão.

O Ipea também prevê que os EUA poderão ver uma queda de 39,2% nas importações de Metais Ferrosos, mas um aumento de 8,9% na produção doméstica. O Instituto Aço Brasil expressou esperança de que o diálogo com o governo americano possa reestabelecer as bases do sistema de importação anterior. A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) destacou que a participação do Brasil nas importações de alumínio pelos EUA é pequena, mas o país representa quase 17% das exportações brasileiras de alumínio.

As tarifas de Trump sobre aço e alumínio já foram aplicadas anteriormente, justificadas pela necessidade de uma indústria americana forte para a segurança nacional. O ex-presidente Joe Biden também impôs tarifas sobre o aço mexicano e chinês. O Brasil busca novas negociações para reverter essa situação, com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando que a mesa de negociação está aberta. Em resposta, o Canadá anunciou tarifas sobre produtos americanos, enquanto a União Europeia também planeja taxas sobre produtos dos EUA, destacando a tensão comercial crescente.