Relógios tradicionais superam expectativas e se destacam como o ‘nicho que mais cresce’ no Brasil

As vendas de relógios de pulso tradicionais no Brasil estão em alta, desafiando previsões de queda devido à popularidade de smartphones e smartwatches. Fatores como o aumento da renda, a valorização do ouro e da prata, e a influência de microinfluenciadores nas redes sociais têm impulsionado o setor. A Technos, líder do mercado, registrou um crescimento de 18% nas vendas em 2024, totalizando quase 2,2 milhões de unidades e uma receita líquida de R$ 464,3 milhões, com lucro líquido de R$ 64,8 milhões.

A Vivara, segunda maior vendedora de relógios do país, também apresentou resultados positivos, com um crescimento de 31,4% em receitas, alcançando R$ 443,5 milhões. No quarto trimestre, a categoria de relógios da Vivara cresceu 38,3%, especialmente impulsionada por produtos mais sofisticados. A participação dos relógios nas vendas totais da empresa aumentou de 10,8% para 12% nas lojas físicas e de 18% para 22,4% no e-commerce.

Joaquim Pedro Andrés Ribeiro, CEO da Technos, destacou que a percepção do setor é desatualizada, afirmando que "é uma das categorias que mais cresce no Brasil". Ele atribui esse renascimento a uma combinação de fatores, incluindo a alta nos preços de metais preciosos, que fez com que os relógios se tornassem uma alternativa atraente para consumidores que frequentam joalherias. A demanda aquecida também se reflete na indústria, com faturamento de R$ 1,4 bilhão na Zona Franca de Manaus, um aumento de 10,3% em 2024.

Além disso, a consultoria Counterpoint reportou uma queda de 7% nas vendas globais de smartwatches, evidenciando uma mudança nas preferências dos consumidores. Tae Kang, proprietário da New Look Time, observou que a moda retrô e a popularidade de modelos vintage e automáticos têm contribuído para o crescimento do mercado. A Technos enfrenta o desafio de manter a produção em resposta à demanda crescente, que superou as expectativas do setor.