27 de mar 2025
BID lança programa para integrar mulheres ao mercado de trabalho e impulsionar a economia da América Latina
BID lança programa "BID Cuida" para apoiar trabalhadores não remunerados, especialmente mulheres, e impulsionar a economia da América Latina.
Foco do programa do BID está em estimular investimento para suprir a escassez de serviços de cuidados – como creches, centros para idosos e mesmo serviços em domicílio para PCDs (Foto: Freepik)
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O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançou um novo programa focado em criar uma rede de infraestrutura e serviços para apoiar pessoas que realizam trabalho doméstico não remunerado, especialmente mulheres. A iniciativa visa inserir essas trabalhadoras no mercado, o que poderia aumentar a economia da América Latina e do Caribe em até 20 pontos percentuais, conforme estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI). O programa busca incentivar investimentos em serviços de cuidados, como creches e assistência a idosos, além de gerar empregos para atender à crescente demanda.
Diana Rodriguez, assessora especial de gênero e diversidade do BID, destaca que o trabalho não remunerado representa cerca de 21% do PIB da região, funcionando como um motor econômico essencial. Ela ressalta que duas em cada três pessoas que realizam essas atividades são mulheres, que enfrentam uma carga desproporcional de afazeres domésticos. No Brasil, por exemplo, as mulheres dedicam em média 21,6 horas por semana a essas tarefas, enquanto os homens gastam apenas 11 horas.
O presidente do BID, Ilan Goldfajn, enfatiza que o programa, denominado BID Cuida, busca melhorar a vida de crianças, idosos e pessoas com deficiência, promovendo uma distribuição mais equitativa das responsabilidades de cuidado. A escassez de serviços de qualidade, que impede muitas mulheres de ingressar no mercado de trabalho, é um dos principais desafios abordados. O BID também observa que o envelhecimento da população, com 15,8% dos brasileiros já acima de 60 anos, exige uma resposta urgente.
O programa será implementado em três frentes: governança, aumento de investimentos em serviços de qualidade e promoção de uma divisão mais equilibrada das responsabilidades de cuidado. A abordagem será adaptada às realidades locais, considerando fatores como horários escolares e parcerias público-privadas. Experiências anteriores, como a do Uruguai, demonstram que investimentos em serviços de educação infantil podem gerar empregos e aumentar a participação feminina no mercado de trabalho, contribuindo para a arrecadação fiscal.
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