27 de mar 2025
Brasil busca acordo com EUA para evitar tarifas de Trump e Lula promete retaliações
Lula levará à OMC a taxa de 25% dos EUA sobre aço; se não houver acordo, retaliará com sobretaxas a produtos americanos.
O aço é um dos produtos sobretaxados com o tarifaço de Trump (Foto: Pixabay)
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Os negociadores brasileiros e americanos já se reuniram quatro vezes para discutir um acordo que possa aliviar o impacto da guerra comercial iniciada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As principais questões em pauta incluem a taxação de 25% sobre o aço e a possibilidade de tarifas recíprocas que os EUA poderiam impor ao Brasil. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera que, devido à falta de um entendimento rápido, a Casa Branca pode optar por uma tarifa linear que afetaria todos os produtos brasileiros exportados para os EUA.
A partir de 2 de abril, todos os automóveis exportados para os EUA enfrentarão uma alíquota de 25%, inferior à taxa de 35% aplicada pelo Brasil. No entanto, a quantidade de veículos brasileiros que chega ao mercado americano é bastante reduzida. Fontes do governo Lula indicam que há uma expectativa de que um acordo permita a entrada de uma cota de produtos siderúrgicos no mercado americano sem a sobretaxa, mas isso pode levar alguns meses para ser concretizado.
Após o anúncio das tarifas, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, solicitou um adiamento de um mês para as medidas, argumentando que seria necessário mais tempo para negociação. Contudo, esse pedido foi negado pelos americanos, que afirmaram que a sobretaxa se aplicaria a todos os países, não apenas ao Brasil. O governo brasileiro defende que o Brasil não representa uma ameaça à indústria americana, já que as economias são complementares e a maioria das exportações brasileiras para os EUA consiste em matérias-primas.
O presidente Lula anunciou que o Brasil levará a questão da taxação de 25% à Organização Mundial do Comércio (OMC) e, caso a contestação não seja bem-sucedida, o governo poderá aplicar tarifas sobre produtos norte-americanos. Durante sua visita ao Japão, Lula criticou o protecionismo econômico e afirmou que não aceitará passivamente as decisões dos EUA, destacando que "Trump não é o xerife do mundo". Ele também expressou otimismo em relação ao fortalecimento das relações comerciais com o Japão, incluindo um possível acordo entre o Mercosul e países asiáticos.
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