Rentabilidade de imóveis atinge 19,1% em 2024, mas queda no valor médio gera preocupações

A rentabilidade dos imóveis residenciais no Brasil alcançou 19,1% ao ano em 2024, um aumento em relação aos 16,4% do ano anterior, segundo levantamento do QuintoAndar em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Esse retorno é composto por um rendimento estimado com aluguel de 6,2% e uma valorização média dos imóveis de 12,9%. Um apartamento de 50 m², adquirido por R$ 365 mil há um ano, teria gerado cerca de R$ 70 mil em 2024.

O estudo indica um aquecimento gradual do mercado imobiliário desde a pandemia de Covid-19, com recuperação consistente nos valores de aluguel em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Essas cidades lideraram a rentabilidade bruta do setor em 2023, com Belo Horizonte atingindo 26,6% ao ano, enquanto São Paulo e Rio de Janeiro registraram 17,2% e 12,9%, respectivamente. Apesar disso, os preços de venda dos imóveis apresentaram uma tendência de queda, com Belo Horizonte sendo uma exceção.

André Braz, economista do FGV Ibre, destaca que a combinação entre valorização patrimonial e renda de aluguel torna os imóveis residenciais uma opção de investimento competitiva no cenário pós-pandemia. Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar, ressalta que, apesar da boa rentabilidade, o setor ainda não atinge seu potencial total de transações devido à falta de acessibilidade ao crédito, o que dificulta a inclusão de uma parcela significativa da população.

Embora a rentabilidade tenha aumentado, o estudo aponta que o valor médio dos imóveis caiu em termos reais. O preço médio do metro quadrado em 2024 foi de R$ 8,9 mil, inferior aos R$ 12,3 mil de 2020, representando uma queda de cerca de 28% após ajuste pela inflação. Essa dinâmica reflete os desafios do mercado imobiliário, incluindo a alta de juros e ajustes na demanda.