Brasil registra aumento significativo no capital estrangeiro, tanto especulativo quanto produtivo

Os dados das contas externas do Brasil referentes a fevereiro, divulgados pelo Banco Central, revelam tendências positivas para a economia. As entradas de capital estrangeiro estão robustas, tanto em investimentos especulativos no mercado financeiro quanto em capital produtivo. Os investimentos diretos no país (IDP) totalizaram 9,3 bilhões de dólares em fevereiro, superando as expectativas de 5 bilhões de dólares. Esse montante já considera o saldo entre entradas e saídas de recursos, excluindo as remessas de lucros.

No acumulado de doze meses, os investimentos diretos somam 72,5 bilhões de dólares, um aumento de 12% em relação ao ano anterior, quando o total foi de 64,6 bilhões de dólares. Este é o maior valor registrado desde maio de 2023. Os investimentos em carteira, que incluem fluxos para o mercado financeiro, também apresentaram resultados positivos, com um saldo de 3,1 bilhões de dólares em fevereiro, revertendo a perda líquida de 4,1 bilhões de dólares em janeiro.

Os investimentos em ações na bolsa de valores brasileira, a B3, mostram sinais de recuperação após um ano difícil, quando os estrangeiros retiraram mais de 24 bilhões de dólares em 2024. Em fevereiro, os investimentos líquidos em ações foram de 800 milhões de dólares, acumulando 2,6 bilhões de reais nos dois primeiros meses do ano, em contraste com o resultado negativo de 3,6 bilhões de reais no mesmo período do ano passado.

Entretanto, o déficit das contas externas brasileiras continua a crescer, atingindo 70 bilhões de dólares em fevereiro, considerando o acumulado em doze meses. Esse valor é mais que o triplo do registrado um ano antes, quando o déficit era de 23 bilhões de dólares. Essa situação ressalta a importância do retorno dos investimentos estrangeiros para equilibrar as contas do país, especialmente diante das crescentes importações e remessas de lucros.