Aluguéis comerciais sobem 1,08% em abril, enquanto vendas desaceleram para 0,23%

O mercado de imóveis comerciais apresentou uma valorização nos aluguéis em abril de 2025, com um aumento de 1,08%, superando a inflação. Em contrapartida, os preços de venda cresceram apenas 0,23%, segundo dados do Índice FipeZAP. A alta dos juros e a situação macroeconômica continuam a impactar negativamente o setor de vendas.

A recuperação do mercado de locação é impulsionada pela retomada das atividades presenciais e pelo crescimento do setor de serviços. A economista do DataZAP, Paula Reis, destaca que a alta dos juros faz com que empresas e investidores adiem compras, optando pela locação. A expectativa é que as dificuldades de acesso ao crédito comercial persistam ao longo do ano.

Os aluguéis comerciais acumularam uma alta de 3,12% no ano até abril, enquanto os preços de venda avançaram apenas 1,19%. A inflação oficial, medida pelo IPCA, foi de 2,48% no mesmo período. Entre as cidades analisadas, Brasília registrou a maior valorização nos aluguéis, com 2,74%, seguida por Curitiba e Campinas.

Aumento da Inadimplência

A inadimplência no pagamento de aluguéis subiu para 3,15% em abril, conforme dados da Superlógica. Apesar do aumento, o índice permanece abaixo do registrado no mesmo período de 2024, quando atingiu 3,86%. O diretor de Negócios da Superlógica, Manoel Gonçalves, observa que a oscilação reflete um cenário econômico desafiador, mas os inquilinos ainda tentam manter suas contas em dia.

A região Nordeste lidera a inadimplência, com 4,55%, seguida pelo Norte, que registrou 4,45%. No segmento comercial, os imóveis com aluguéis de até R$ 1 mil apresentaram a maior taxa de inadimplência, chegando a 6,87%. Em contraste, imóveis com aluguéis entre R$ 2 mil e R$ 3 mil tiveram a menor taxa, com 3,70%.

Rentabilidade e Comparativos

A rentabilidade média do aluguel comercial alcançou 6,84% ao ano, superando os 5,92% do mercado residencial. Cidades como Salvador, Campinas e Brasília se destacam com os maiores retornos anuais. Apesar da atratividade, a rentabilidade ainda é inferior a aplicações financeiras de renda fixa, impactadas pela alta da Selic.